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Blog do Juca Kfouri

Caem as guerreiras brasileiras

Juca Kfouri

23/06/2019 18h38

As francesas jogavam melhor, tinham mais volume de jogo e as brasileiras se defendiam e conseguiam evitar jogadas mais agudas no estádio lotado de Le Havre.

Bolas esticadas pelo time amarelo não permitiam conforto ao azul, branco e vermelho.

O fim do primeiro tempo se aproximava e o 0 a 0 não era o que o favoritismo francês sugeria e esperava, apesar da pressão final das anfitriãs.

Preocupava a resistência das visitantes para o segundo tempo, mas fato é que as brasileiras foram vivas para o intervalo.

O jogo, tenso e truncado, não era bom e chegava ao fim da primeira metade com mais posse de bola das brasileiras.

Mas, aos 51 minutos, but!

França 1, Brasil 0.

Bola na linha de fundo para trás e toque de Valerie Gauvin.

Três minutos depois, um pecado!, com Cristiane acertando, de cabeça, o travessão com desvio da goleira.

Quando as francesas se sentiram confortáveis, aos 62', GOOOOL!

Thaisa empatou 1 a 1!

O jogo pegou fogo e era perceptível o nervosismo francês diante da surpresa, frente ao atrevimento brasileiro.

Beatriz no lugar de Ludmilla, aos 70'.

Estava tudo igual e qualquer coisa poderia acontecer quando Formiga, 41 anos, saiu e Andressinha entrou, aos 75'.

O técnico Vadão arriscava outra vez trocando a experiencia da volante que, diga-se, acabara de receber cartão amarelo e vinha de lesão.

Poliana entrou no lugar de Letícia aos 88' e veio a prorrogação.

Nossas bravas mulheres suportariam?

Era pedir demais das guerreiras brasileiras, contra tudo e contra todos.

A Rainha Marta aparecia em todos os lados do campo ao abandonar qualquer vaidade individual e jogar para o time.

Será que Neymar viu?

Nem bem a prorrogação começou e Cristiane se machucou, trocada por Geyse.

Sobrava Marta…

A diferença física ficava clara a cada minuto e parecia impossível suportar.

A disputa na marca do pênalti seria uma bênção.

Mas Debinha viu a zagueira salvar o 2 a 1 na linha fatal no fim do primeiro tempo do tempo extra. Uma pena!

Faltavam ainda 15 minutos…

Quando começou o tempo final, but.

Bola cruzada na área, e 2 a 1 para a França, Henry, aos 107'.

Era mesmo impossível.

Mas que a Seleção masculina mire-se no exemplo das mulheres do Brasil.

Que garra, que coração!

Atualização às 18h55: Originalmente a nota foi aberta com critica a Sandro Meira Ricci que insistiu ter sido a anulação de um gol francês por falta da atacante na goleira e não por mão na bola.

Mas ele acertou…

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/