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Blog do Juca Kfouri

Mengão mereceu vencer. O Cruzeiro não mereceu nem empatar

Juca Kfouri

15/05/2019 23h26

Não que tenha sido ruim, mas bom também não foi o primeiro tempo de Corinthians x Flamengo em Itaquera, com menos gente do que se esperava, 30 mil torcedores.

O Corinthians foi escalado para atacar, mas parece que perdeu a embocadura.

O Flamengo para ficar mais com a bola e ficou, muito mais.

E só o Rubro-Negro criou chances de gol, pelo menos duas, numa cabeçada de Léo Duarte e numa bela jogada de Everton Ribeiro dentro da área, que Cássio defendeu.

Impossível prever o que aconteceria no segundo tempo, mas no diapasão do primeiro, o Mengão se colocava mais perto de uma eventual vitória.

Já no Maracanã Fluminense e Cruzeiro também estavam no 0 a 0, sem nenhuma emoção, com o Tricolor tentando jogar futebol, muito mais com a bola, e o time mineiro em sono profundo, irreconhecível.

Com 180 minutos nas oitavas de final da Copa do Brasil, acrescidos os 90 de Belo Horizonte, os zeros não saiam do placar.

O medo predominava.

Mas era claro, já nos segundos tempos, que o Flamengo e o Fluminense queriam mais a vitória que os paulistas e os mineiros.

Aos 11 minutos, Fábio Carille tirou Mateus Vital e pôs Pedrinho no jogo.

E, aos 12', na primeira chance cruzeirense, Pedro Rocha fez 1 a 0 para decepção da pequena torcida tricolor presente (apenas 16 mil presentes), em passe perfeito de Robinho.

Futebol é assim…

Jadson no lugar de Boselli, inútil, aos 16'.

Aos 19', Diego Alves fez sua primeira defesa em chute malicioso de Danilo Avelar.

Aos 22', Bruno Henrique tirou lasca do travessão alvinegro.

O Corinthians respondeu imediatamente e Diego Alves evitou gol de Vagner Love.

O jogo, enfim, despertou.

Abel Braga lançou mão de Diego no lugar de Arrascaeta, aos 26'.

E no primeiro toque de Diego ele pôs Bruno Henrique na cara de Cássio, que evitou o 1 a 0.

Tinha jogo, sim senhor, lá e cá.

E, aos 33', como elemento surpresa, ao receber de Bruno Henrique pela esquerda , da marca do pênalti, William Arão abriu o marcador: 1 a 0.

Júnior Urso no lugar de Sornoza foi a última cartada corintiana porque Itaquera via a Copa Sul-Americana como sua última oportunidade de dar outra volta olímpica em 2019.

Aos 37, Vitinho no lugar de Gabriel e Lincoln no de Everton Ribeiro, aos 45'.

No Rio, Marcos Paulo acertou o travessão mineiro, aos 35'.

Sem merecer, o Cruzeiro começava bem sua campanha em busca do hepta, e do tri, na Copa do Brasil. Chutou uma bola no gol e fez…

Mas o que é do homem o bicho não come e João Pedro no último segundo empatou o jogo, o mínimo de justiça que se poderia exigir.

O Flamengo, não. Ganhou porque fez por vencer.

Os visitantes se deram bem e praticamente se garantiram nas quartas de final.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/