Tottenham sobrevive em jogo épico
Se eu não tivesse visto, talvez não acreditasse.
Como vi, acredite.
Jogavam em Manchester, Manchester City e Tottenham, com vantagem de 1 a 0 para o time londrino.
Aos 4 minutos, Sterling fez 1 a 0 e já empatou o embate.
Até aí, nada demais.
Mas, aos 6', o sul-coreano Son fez 1 a 1.
O MC teria de fazer 3 a 1.
E, aos 9', Son fez 2 a 1.
Os dois belos gols com aporte de Laporte, em noite pra lá de infeliz, o segundo com roubada de bola de Lucas Moura.
O time de Guardiola, atônito, teria de fazer 4 a 2!
Em nove minutos!
Mas, aos 10', Bernardo Silva empatou.
Convenha que já não era normal: 2 a 2 em dez minutos!
Teria mais, é claro.
Se De Bruyne, estranhamente no banco no jogo de ida, havia passado para o primeiro gol, passou também para o terceiro do MC, outra vez de Sterling, aos 20'.
Sim, aos 20 minutos estava 3 a 2.
Os 25 minutos restantes foram dedicados a que todos pudessem respirar, menos os jogadores do Tottenham, que ainda ficaram sem Sissoko, machucado.
Na batata, nem precisava ter o segundo tempo, com o que, é claro, o City não concordaria, nem sua torcida, nem o árbitro concordou, muito menos a UEFA, em busca de conhecer os semifinalistas da Liga dos Campeões da Europa.
Será que o Felipão estava vendo?
E o Carille?
O Abelão, o Mano Menezes?
Renato Portaluppi, estava, tenho certeza.
Jorge Sampaoli também.
Futebol em estado puro, como vimos tantas vezes no passado do futebol brasileiro.
O City em cinco minutos teve duas chances de gol e, aos 52', o goleiro Lloris fez defesaça em chute de De Bruyne.
A bola tinha dono e o dono vestia azul.
Não era possível tirar os olhos do jogo.
Jogo?
Jogaço, espetacular, trepidante, elétrico, atômico!
Era tenso?
Era.
Mas mais que tenso, era técnico.
E aos 57' foi a vez de Ederson evitar o 3 a 3.
A resposta veio dos pés do genial De Bruyne, no minuto seguinte, ao arrancar e dar para Agüero fazer 4 a 2!
Os cidadãos estavam classificados!
Só que faltavam 31 minutos…
Pep Guardiola lançou mão imediatamente de Fernandinho, para dar uma fechadinha, ou fechadona, sem abrir mão de atacar.
David Silva saiu.
De Bruyne brilhava mais, por todos os lados do gramado, que a famosa blue moon.
Que jogo, meu pai!
Sem Harry Kane, lesionado, o Tottenham corria permanentemente o risco de sofrer o quinto gol e quase não ameaçava fazer o terceiro.
Aos 72', no entanto, ao aparar no braço um escanteio, no Llorente empatou, em gol validado pelo VAR: 4 a 3, 4 a 4 no agregado, para classificar o time londrino.
Gol do substituto de Sissoko…
Os dois mereciam chegar às semifinais…
Enquanto isso, no Porto, o Liverpool fazia 4 a 1 com gols de Mané, Salah, Roberto Firmino e Van Dijk e desconto de Militão para o Porto.
Barcelona x Liverpool numa semifinal e Ajax e quem na outra?
Não tinha desespero, não tinha chuveirinho na área, tinha Sané, no lugar de Mendy, aos 83'.
Gundogan jogou o quinto gol por cima aos 85'.
O City atacava com tudo e o Tottenham defendia com tudo e mais alguma coisa.
Cinco minutos de acréscimos.
Aos 92', Sterling!!!
Para culminar a blitz do City.
Mas Agüero estava impedido e o VAR anulou…
Ninguém reclama!
Tristeza em Manchester, alegria em Londres.
O Tottenham perdeu. Mas ganhou. E como!
O Tottenham está classificado para enfrentar o Ajax.
O futebol está de parabéns!
E eu só acredito porque vi.
Sobre o Autor
Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/