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Blog do Juca Kfouri

Athletico, impecável, humilha o Boca

Juca Kfouri

02/04/2019 23h22

Aí, o Boca Juniors chega na Arena da Baixada, tomada por quase 34 mil torcedores e belíssima, e parte para cima do Athletico como os times brasileiros são incapazes de fazer fora de casa.

A torcida paranaense jogava com o time e compensava a superioridade xeneize.

Benedetto, aquele que os palmeirenses conhecem bem, perdeu uma cabeçada imperdível.

Só que a superioridade tinha um calcanhar de Aquiles que os são-paulinos também conhecem bem, o lateral-direito Buffarini.

E foi em cima dele que a bola foi cruzada por Rony, mal tocada por Lucho González, caiu nos pés do argentino Marco Ruben, aos 35 minutos, para botar o Furacão na frente: 1 a 0.

Aí sim, o jogo mudou, embora com o Boca capaz de ameaçar, mas com o Athletico melhor.

Tinha ainda mais 45 minutos, tomara tão bem disputados como os primeiros.

Logo nos três primeiros minutos, uma chance para cada lado em contra-ataques bem armados.

O Boca mostrava que venderia caro uma derrota e o clima em Curitiba era de decisão, mesmo sem ser.

Aos 60', depois de ataque argentino com a bola por mais de um minuto, Rony fez jogada sensacional contra dois zagueiros e por muito pouco não ampliou.

O jogo não era bom.

Era muito bom!

Carlitos Tevez jogava como um leão, mas um leão de bengala, com todo respeito, claramente o corpo não obedece mais o que a cabeça manda.

E foi dele que Lucho roubou a bola no meio de campo em carrinho bem aplicado, armou o contra-ataque e Marco Ruben o complementou para fazer 2 a 0, aos 68'.

Os hexacampeões continentais estavam sendo batidos inapelavelmente.

Lucho saiu e Wellington entrou em seu lugar, aos 70.

O técnico atleticano Tiago Nunes, mais uma vez, fazia tudo certo.

Aos 75', o capitão Tevez saiu sob o peso de seus 35 anos.

O Athletico tinha o jogo sob controle e o alarido da torcida não parava.

Bruno Guimarães deu lugar a Marcelo Cirino, aos 77'.

Cabia o terceiro gol e o Athletico estava perto de fazê-lo quando, aos 80', em bola reboteada do travessão mandada por Rony, Marco Ruben fez a tripleta: 3 a 0.

Para quem jogou no River Plate e no Rosário Central não estava nada mal.

Camacho, muito bem no jogo, saiu para entrada de Léo Cittadini.

Não será demais dizer que o Furacão humilhava o Boca.

Uma vitória para lavar a alma do futebol brasileiro, mesmo que com a participação essencial de dois argentinos, Lucho Gonzales, também ex-River, e Marco Ruben.

Cirino ainda teve o quarto gol à disposição em rebote do goleiro Andrada e perdeu.

Que noite rubro-negra!

Que venha o Tolima, para a revanche da estreia na Colômbia.

O Athletico lidera seu grupo.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/