30 vezes Corinthians!
Uma pelada!
Os primeiros 25 minutos da decisão paulista foram isso: peladaça!
Nenhum chute a gol, a única intenção dos dois times era a de ter a bola.
Quando a tinham, davam chutão.
Então, aos 25 minutos, para coroar, houve uma quase briga.
Era o máximo em emoção…
Aos 30', enfim, Bruno Alves, de peito, evitou gol de Henrique.
Na cobrança do escanteio, Sornoza pôs na cabeça de Ralf e ele devolveu na cabeça de Danilo Avelar para abrir o placar: 1 a 0!
Quem sabe assim o São Paulo resolvesse tentar jogar em vez de só se defender.
O Corinthians ganhava o Majestoso pela oitava vez em 11 jogos em Itaquera, superlotada, sem nenhuma derrota.
E encaminhava seu 30° título estadual para ser o primeiro a ganhar o quarto tricampeonato, habilitando-se a ser o primeiro tetracampeão no profissionalismo, no ano que vem — só o Paulistano foi tetra, ainda no amadorismo.
Fábio Carille repetia Guido Giacominelli, o técnico tricampeão em 1922/23/24.
Giacominelli era também presidente do clube, o que, pensando bem, seria ótimo se Carille também o imitasse nisso.
Mas faltava ainda muito jogo, quer dizer, antijogo.
Aos 40', Tiago Volpi evitou o 2 a 0, em chute de Fagner.
Cássio, ou um cone, daria no mesmo.
Mas o futebol é caprichoso.
Ao desperdiçar um contra-ataque fácil, o Corinthians proporcionou outro ao São Paulo e Antony, em linda jogada, livrou-se de Avelar e chutou rasteiro, no canto, para fazer 1 a 1.
Ironia: quem deu a bola para Antony foi Ralf.
No primeiro chute chute tricolor…
Ufa!
Quem sabe teríamos futebol no segundo tempo.
Certamente Cuca mexeria no time para o segundo tempo.
E Hernanes entrou no lugar de Everton Felipe.
Com dez minutos do segundo tempo não havia acontecido rigorosamente nada.
Incrível!
Decisão…
Até Itaquera estava morna.
O São Paulo ficava mais com a bola, Hudson ganhava todas de Clayson e Arboleda tornava Gustavo inútil.
Os idiotas de sempre gritavam bicha a cada devolução de Tiago Volpi.
Aos 20', continuava a acontecer nada, com o primeiro chute a gol, de Gustavo para defesa fácil.
Então Carille resolveu botar Vagner Love no jogo e Cuca pôs Léo Pelé.
Saíram Pedrinho e Jucilei.
Reinaldo foi jogar no meio de campo.
Caía a noite e, se fosse possível, o nível da pelada.
Qualquer um que fizesse gol não merecia o prêmio.
Qualquer um que sofresse merecia o castigo.
Acovardados e medíocres.
Ramiro era uma caricatura do jogador que foi no Grêmio e a bola não chegava nos pés de Hernanes.
William Farias entrou no São Paulo e Boselli no Corinthians, aos 27', saindo Gustavo e Everton, machucado, para variar.
Aos 30', tudo igual, nada de nada, a não ser a saída de Henrique e a entrada de Pedro Henrique, por motivo físico.
Estavam feitas todas as alterações possíveis e o cheiro de pênaltis era forte em Itaquera.
O jogo era para ser visto em silêncio. Não por respeito, mas como protesto.
Diante de 46.481 heróicos e maltratados pagantes.
Chegamos aos 40'. Sem comentários.
Aos 44, Vagner Love, em passe brilhante de Sornoza, bateu de primeira e fez 2 a 1.
O castigo que o São Paulo mereceu.
Clayson e Boselli ainda desperdiçaram o terceiro gol em mais um contra-ataque fácil.
Corinthians 30 vezes campeão!
Desculpe perguntar: mas, e daí?