Seleção vira ao jogar melhor no segundo tempo
Enquanto você trabalhava, estudava, se divertia, via um filme ou lia um livro, este seu empregado viu República Tcheca x Brasil.
Porque a vida é dura.
Ver a Seleção Brasileira tem sido um sacrifício.
Porque se o futebol que tem jogado é do nível baixo de nossos clubes com raras exceções, estes, ao menos, têm o suspense e a eventual emoção que despertam, diferentemente dos amistosos da Seleção.
Pois eis que o que vi no primeiro tempo foi de doer.
Acharia ótimo se fosse tcheco, porque o time deles amassou o nosso, a ponto de Alisson ter tido muito trabalho e o goleiro deles eu nem saber o nome.
Daí o resultado só de 1 a 0 no primeiro tempo te saído baratíssimo.
2 a 0 teria sido mais adequado ao andamento do jogo.
O time da CBF não existiu e os tchecos pareciam querer descontar os 5 a 0 que levaram dos ingleses na sexta-feira passada.
Mas se limitaram a fazer um gol, aos 36 minutos, com Pavelka, em bola desviada em Alan que matou Marquinhos e sobrou para o atacante chutar livre da entrada da área.
O segundo tempo prometia.
Prometia mais gols dos anfitriões em Praga.
Alguém jogava bem na Seleção Brasileira?
Sim.
Só Alisson!
Lucas Paquetá ficou no vestiário e Everton entrou.
Everton e Arthur no banco não dá para entender.
Logo aos três minutos, dois zagueiros tchecos bateram cabeça e Roberto Firmino não perdoou: 1 a 1 em bola que sobrou do céu.
Daí em diante os tchecos começaram a desabar, como se morrendo do esforço inicial.
Até Coutinho chutou a gol e o goleiro Pavlenka.
Tite percebeu e pôs David Neres no lugar de Richarlison, aos 17'.
Everton barbarizava pela esquerda e esperava-se o mesmo de Neres pela direita.
O jogo ficou equilibrado, mas ruim, com o Brasil melhor.
Arthur e Gabriel Jesus entraram aos 26', nos lugares de Casemiro e Coutinho.
Aos 31, Arthur e Neres entraram tabelando na área e o ex-são Paulino perdeu o gol na saída de Pavlenka.
Já era para estar 2 a 1 no segundo tempo, isto é, 2 a 2 no jogo…
O Brasil devolvia o amasso dos primeiros 45 minutos.
E, aos 38', Gabriel Jesus fez 2 a 1 ao receber de Neres sem goleiro pela frente, em jogada iniciada por Danilo ao lançar Neres.
Era justo é confortante para Tite ao resolver atacar com dois pontas abertos e agressivos.
Provavelmente Tite falará em "amplitude" embora melhor será falar em coragem.
As de Everton e Neres contra a esgotada República Tcheca.
Fabinho ainda entrou no lugar de Firmino, aos 42.
E Jesus fez 3 a 1, aos 44', em passe de calcanhar de Neres para Alan e dele para o ex-palmeirense.
Sim, foi justo e didático.
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