No Paulistinha, o Palmeiras é freguês
O Dérbi começou como se esperava: sabedores de suas limitações, os visitantes trataram de fechar a casinha.
E os anfitriões não tinham objetividade para incomodar.
Aí, aos 7 minutos, o inesperado fez uma surpresa.
Sornoza bateu falta na área, Gustagol cabeceou, Weverton fez milagre e, no rebote, Danilo Avelar, senhoras e senhores, estufou a rede.
O Corinthians saía na frente do Palmeiras: 1 a 0.
A casa verde gelou.
Só que a resposta não demorou.
No minuto seguinte um chute de Dudu desviado na zaga explodiu na trave de Cássio e o estádio esquentou de novo, até porque jogava-se sob 35 graus.
A lentidão comparecia como habitual.
O Alviverde até criava, mas Carlos Eduardo desperdiçava e o Alvinegro jogava no erro do rival, com boas atuações de Ralf, Mateus Vital e Sornoza.
O Palmeiras se enervou e se enredou.
Cartões amarelos sucessivos foram mostrados a Felipe Melo, "serial lacking", e Bruno Henrique.
Pelo alto, o Palmeiras ganhava quase todas na área corintiana, mas sem pontaria na cabeça.
Danilo Avelar e Dudu duelavam e, acredite, o corintiano não se dava mal.
Dificilmente o Corinthians resistiria no segundo tempo caso o Palmeiras impusesse um jogo mais veloz e voltasse sem Carlos Eduardo.
O Corinthians vencia à moda Carille.
Felipão voltou sem Carlos Eduardo e com Felipe Pires.
O time verde voltou a pressionar e parecia mais calmo.
Dizer que o Palmeiras alugava meio campo do Corinthians seria um despropósito porque o campo inteiro é do Palmeiras.
Mas só dava Verdão, embora sem incomodar Cássio.
Aos 15', Deyverson no gramado! Borja fora.
Parecia a final do Paulistinha.
Corinthians saiu na frente no começo do jogo e se segurava atrás.
Buscava achar outro gol? Nem isso, nem isso. Mas poderia achar, é claro.
Em bom português, só um time tentava jogar futebol.
O jogo chegava aos 20'.
Aos 21', Cássio buscou uma bola rente à trave.
Com Carille não tem mosquito, mas tem.
Mosquito entrou no lugar de Mateus Vital.
Aos 25', Gustavo Scarpa no lugar de Bruno Henrique. O Palmeiras não tinha o que defender, só atacar.
O tempo fechou na área alvinegra, em mais um dos sem-número de escanteios alviverdes.
Era óbvio que se vencesse, o corintiano comemoraria o empate no confronto direto com 127 vitórias, a quarta na casa verde em sete jogos, com um empate.
No Paulistinha, 78 a 70 para o Timão, freguesia clara, embora um freguês trabalhoso.
Mas que o time não agradava era evidente.
Ramiro saiu, entrou Richard e Jadson foi embora para Pedrinho jogar, aos 30 e aos 32 minutos.
Aos 33', em cobrança de falta, Weverton fez a primeira defesa no segundo tempo.
Mas o Palmeiras insistia em bolas alçadas na área, sem resultado, diante de 38.550 torcedores frustrados.
Aos 39', em contra-ataque, por um triz Pedrinho e Gustagol não ampliaram, na verdade, na jogada mais perigosa da etapa final.
Deyverson fez um cinema em falta de Henrique, cuspiu em Richard e foi expulso.
Um irresponsável!
Sim, o Corinthians ganhou e o Palmeiras errou demais, nervos à flor da pele, sem saber perder.
Falar em perder, Pedrinho perdeu ótima chance em contra-ataque, por não passar para Richard.
Agora é encontrar Antero Greco no Linha de Passe da ESPN, às 20h50.
Com que caras?
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