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Blog do Juca Kfouri

No Paulistinha, o Palmeiras é freguês

Juca Kfouri

02/02/2019 18h58

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O Dérbi começou como se esperava: sabedores de suas limitações, os visitantes trataram de fechar a casinha.

E os anfitriões não tinham objetividade para incomodar.

Aí, aos 7 minutos, o inesperado fez uma surpresa.

Sornoza bateu falta na área, Gustagol cabeceou, Weverton fez milagre e, no rebote, Danilo Avelar, senhoras e senhores, estufou a rede.

O Corinthians saía na frente do Palmeiras: 1 a 0.

A casa verde gelou.

Só que a resposta não demorou.

No minuto seguinte um chute de Dudu desviado na zaga explodiu na trave de Cássio e o estádio esquentou de novo, até porque jogava-se sob 35 graus.

A lentidão comparecia como habitual.

O Alviverde até criava, mas Carlos Eduardo desperdiçava e o Alvinegro jogava no erro do rival, com boas atuações de Ralf, Mateus Vital e Sornoza.

O Palmeiras se enervou e se enredou.

Cartões amarelos sucessivos foram mostrados a Felipe Melo, "serial lacking", e Bruno Henrique.

Pelo alto, o Palmeiras ganhava quase todas na área corintiana, mas sem pontaria na cabeça.

Danilo Avelar e Dudu duelavam e, acredite, o corintiano não se dava mal.

Dificilmente o Corinthians resistiria no segundo tempo caso o Palmeiras impusesse um jogo mais veloz e voltasse sem Carlos Eduardo.

O Corinthians vencia à moda Carille.

Felipão voltou sem Carlos Eduardo e com Felipe Pires.

O time verde voltou a pressionar e parecia mais calmo.

Dizer que o Palmeiras alugava meio campo do Corinthians seria um despropósito porque o campo inteiro é do Palmeiras.

Mas só dava Verdão, embora sem incomodar Cássio.

Aos 15', Deyverson no gramado! Borja fora.

Parecia a final do Paulistinha.

Corinthians saiu na frente no começo do jogo e se segurava atrás.

Buscava achar outro gol? Nem isso, nem isso. Mas poderia achar, é claro.

Em bom português, só um time tentava jogar futebol.

O jogo chegava aos 20'.

Aos 21', Cássio buscou uma bola rente à trave.

Com Carille não tem mosquito, mas tem.

Mosquito entrou no lugar de Mateus Vital.

Aos 25', Gustavo Scarpa no lugar de Bruno Henrique. O Palmeiras não tinha o que defender, só atacar.

O tempo fechou na área alvinegra, em mais um dos sem-número de escanteios alviverdes.

Era óbvio que se vencesse, o corintiano comemoraria o empate no confronto direto com 127 vitórias, a quarta na casa verde em sete jogos, com um empate.

No Paulistinha, 78 a 70 para o Timão, freguesia clara, embora um freguês trabalhoso.

Mas que o time não agradava era evidente.

Ramiro saiu, entrou Richard e Jadson foi embora para Pedrinho jogar, aos 30 e aos 32 minutos.

Aos 33', em cobrança de falta, Weverton fez a primeira defesa no segundo tempo.

Mas o Palmeiras insistia em bolas alçadas na área, sem resultado, diante de 38.550 torcedores frustrados.

Aos 39', em contra-ataque, por um triz Pedrinho e Gustagol não ampliaram, na verdade, na jogada mais perigosa da etapa final.

Deyverson fez um cinema em falta de Henrique, cuspiu em Richard e foi expulso.

Um irresponsável!

Sim, o Corinthians ganhou e o Palmeiras errou demais, nervos à flor da pele, sem saber perder.

Falar em perder, Pedrinho perdeu ótima chance em contra-ataque, por não passar para Richard.

Agora é encontrar Antero Greco no Linha de Passe da ESPN, às 20h50.

Com que caras?

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/