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Blog do Juca Kfouri

0 a 0 frustrante entre Palmeiras e Santos

Juca Kfouri

23/02/2019 20h53

Palmeiras e Santos ficaram no 0 a 0 para frustração de 34 mil palmeirenses, que vaiaram ao fim do jogo.

Jorge Sampaoli se deu ao luxo de poupar quatro titulares pensando na Copa Sul-Americano, entre eles o artilheiro Jean Mota, para o jogo de volta contra os uruguaios do River Plate, no Pacaembu, na próxima terça-feira.

E mesmo jogando no campo do rival, propôs muito mais o jogo que o anfitrião, outra vez nervoso como se estivesse decidindo qualquer coisa e incapaz de articular uma jogada sequer durante todo o primeiro tempo.

Chovia muito forte no começo do chamado "Clássico da Saudade", alusão às décadas 1950/1960, quando os dois clubes mandavam e desmandavam no futebol paulista, o que certamente prejudicou o andamento da partida.

Verdade que a única grande chance de gol no primeiro tempo foi alviverde, mas Borja a perdeu bizarramente num carrinho maluco, aos 41 minutos, embora Gustavo Henrique tenha impedido que a bola entrasse na linha fatal, em jogo mais brigado que jogado.

Com os nervos no lugar, o Palmeiras voltou melhor no segundo tempo, pressionando o rival, mas Gustavo Gómez cometeu pênalti, em chute de Jean Lucas, ao meter a mão na bola, aos 9'.

Ao perceber que o poder ofensivo do seu time era nenhum, Sampaoli resolveu chamar Jean Mota para o jogo, aos 16', no lugar Derlis González.

Estava clara que o Palmeiras queria vencer e que o Santos já não fazia tanta questão.

Ficaria feliz com seu primeiro empate em oito jogos.

Felipe Pires, aos 18', teve a chance de abrir o placar, em passe de Dudu, mas desperdiçou.

Número 11 às costas, Ricardo Goulart entrou no lugar de Rafael Veiga, aos 25'.

Aos 26', Weverton, salvou o gol do Santos, de Matheus Ribeiro.

A resposta veio incontinenti, com Dudu cabeceando para Éverson fazer milagre, ele que substituía o titular Vanderlei, poupado.

Pitoca saiu, Carlos Sánchez entrou em seguida no Santos, porque Sampaoli mudou de ideia e resolveu tentar ganhar o clássico.

De repente o jogo ficou emocionante.

Bruno Henrique substituiu Moisés, machucado, aos 32'.

Três minutos depois, Gómez deu uma tijolada de cabeça e Éverson salvou de novo, com a bola ainda batendo no travessão.

O jogo já merecia gol e o Palmeiras o merecia mais, só não muito mais por causa do pênalti não marcado.

Cueva saiu, Orinho entrou, aos 40'.

O segundo tempo salvava a cara do clássico, mas longe de torná-lo inesquecível.

E o 0 a 0 ficou melhor para os visitantes que para os anfitriões, ainda virgens em clássicos na temporada.

O próximo será contra o São Paulo, no Morumbi.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/