Um time para Ganso
Paulo Henrique Ganso despontou como uma das maiores promessas do futebol mundial.
Para muitos era melhor que Neymar, que surgia junto com ele.
Toque refinado, cabeça em pé, visão de jogo, personalidade, Ganso parecia aqueles números 10 antigos, escassos no mercado e brilhava no Santos, tricampeão paulista, campeão da Libertadores e da Recopa Sul-Americana, além da Copa do Brasil.
A Seleção Brasileira foi consequência natural.
Mas Ganso se machucou, os joelhos fraquejaram, e murchou.
De temperamento introvertido, passou a se satisfazer com dois ou três momentos por jogo.
Saiu do Santos para o São Paulo, ainda ajudou a resolver algumas partidas no Tricolor e a ganhar a Copa Sul-Americana, mas nunca atingiu o nível que dele se esperava no Morumbi.
Teve a felicidade de encantar Jorge Sampaoli que o levou para o Sevilla onde se tornou enorme decepção até ir para o pequeno Amiens e lá seguir em sua toada de dar um ou dois bons passes por jogo.
Agora está por aí, à procura de algum clube brasileiro que ainda aposte nele.
Bom rapaz, é capaz de achar, mas sem ilusões.
No medíocre futebol jogado hoje no Brasil seus brilharecos ainda poderão enganar os menos exigentes.
Completará 30 anos em outubro e entrará para a história, como tantos, como alguém que tinha tudo para se consagrar e parou no meio do caminho para o paraíso.
Ficou rico, mas só.
Como Alexandre Pato, Paulo Henrique Ganso não decolou.
Uma pena.
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