Jô Soares deixa João Agripino Doria nu
Acostumado durante anos a ir dormir com Jô Soares, matei as saudades nesta sexta-feira ao passá-la quase toda outra vez com ele, devorando o volume 2 de "O livro de Jô", 335 páginas de suas memórias contadas ao jornalista Matinas Suzuki Jr., uma casamento perfeito de talentos e excelência.
Também um meio de acertar contas e contar as coisas como as coisas foram para deixar nuas figuras de estilo pegajoso, tipo João Agripino Doria, que faz juras de amor a Mário Covas, mas votou em Fernando Collor, na eleição para presidente da República em 1989, a primeira pós-ditadura.
O livro, é claro, é muito mais que isso, porque, em regra, trata de personagens quase sempre grandes.
Recomendo vivamente curtir o fim de semana com Jô Soares.
Se o primeiro volume já era o bastante, o segundo, ainda mais próximo do que acompanhei profissionalmente, ou como simples telespectador, leitor ou frequentador de teatro, excede.
Casos e mais casos, e mais casos, para rir, se emocionar, se indignar, um jeito, enfim, diferente e apaixonante de conhecer a história recente do Brasil.
E um belo presente de Natal.
Sobre o Autor
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