do João
Caro Juca,
Muito obrigado pela referência generosa ao Waltinho e a mim na coluna que você publicou ontem, e que só agora li.
Escrevo para esclarecer que não estamos analisando a compra do Botafogo.
E isso por várias razões.
Para falar de apenas uma delas: embora seja procedimento corrente em várias partes do mundo, nem eu, nem Waltinho, nos vemos na figura de alguém que compra um time e se torna dono dele.
Só digitar a frase já parece absurdo, para não dizer constrangedor.
Time é coisa coletiva, não mercadoria de um torcedor só, ou de dois.
Por outro lado, está claro que o atual modelo de controle e gestão dos clubes brasileiros fracassou, e que é preciso estudar novas formas de estruturá-los.
É com isso, e apenas com isso, que Waltinho e eu estamos comprometidos.
Ao cabo do trabalho que estamos financiando (com total anuência do clube), o Botafogo conhecerá maneiras alternativas de organizar a sua existência legal, seja se tornando uma empresa, seja virando uma fundação sem fins lucrativos, quem sabe amparado por um fundo patrimonial.
Caberá então ao Botafogo escolher o seu caminho.
Independentemente do desfecho, Waltinho e eu não seremos proprietários de coisa alguma.
Não temos vocação para Abramovich.
Forte abraço, e bom fim de ano
João
Nota do blog: João, no caso, é João Moreira Salles e faz referência à nota aqui publicada, e em minha coluna da Folha de S.Paulo, sob o título "Fogão à venda?".
Sobre o Autor
Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/