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Blog do Juca Kfouri

Verdão enfrenta furacão e agradece ao Fogão

Juca Kfouri

18/11/2018 18h53

Como um castigo da natureza pela mudança de mando em Londrina, uma tempestade acompanhada por fortíssima ventania atrapalhou o quase campeão Palmeiras e o rebaixado Paraná Clube, foi para o intervalo vencendo por 1 a 0, gol de Keslley, em falha de António Carlos ao não impedir o cruzamento rasteiro de esquerda.

De carrinho aquático o menino Keslley, menino da Vila Capanema, fez o gol e quase dobrou a façanha no começo do segundo tempo, não fosse a intervenção salvadora do mesmo Antônio Carlos.

O Palmeiras voltou com Willian no lugar de Lucas Lima no Estádio do Café lotado pela torcida verde preocupada com a possível amarelada de seu time, prestes a ser campeão até porque, no Rio, com gol de Erik, emprestado pelo Verdão ao Botafogo, o Inter também perdia por 1 a 0.

Aquela coisa de ultrapassar limites que é sempre complicada.

O Palmeiras poderia chegar aos 20 jogos sem perder, recorde no Brasileirão por pontos corridos.

Já com o vento a favor, aos 7 minutos, Scarpa bateu pênalti para que tudo voltasse ao normal, depois que um defensor paranista meteu a mão na bola em chute de Willian.

Segundos antes Dudu havia sido derrubado na área sem que o assoprador de apito assinalasse o penal.

O quase furacão que assolara o primeiro tempo foi embora, a bronca de Felipão no vestiário fez efeito e estava preparada a primeira virada alviverde depois que o técnico reassumiu o comando alviverde.

Aos 16', Bruno Henrique substituiu Scarpa, logo depois de Edu Dracena falhar e o Paraná quase marcar.

O jogo era muito mais disputado, e animado, do que se poderia imaginar.

A meninada do mandante sem torcida parecia estimulada pela torcida adversária.

Quem ventava era Dudu em busca da virada e Borja entrou no lugar de Deyverson, aos 22'.

No Nilton Santos, seis minutos atrás do jogo em Londrina, o Inter ia completando quase três meses sem vencer fora de casa, sete jogos, o suficiente para arruinar qualquer plano de ser campeão.

Já o Flamengo, com Willian Arão, abria o placar na Ilha do Retiro, contra o Sport, e assumia a vice-liderança, a cinco pontos do líder, placar final.

O Palmeiras aumentava para seis pontos a vantagem sobre o Colorado, mas ainda não poderia comemorar o título na quarta-feira, em casa, contra o América.

Será em São Januário, no domingo?

Curiosamente, foi lá que, em 2015, o rival Corinthians comemorou seu hexacampeonato brasileiro.

Mas pode ser ainda em casa, caso ganhe do América e o Flamengo não vença o Grêmio, no Rio, nem o Inter ganhe do Galo, em Porto Alegre.

Diante de 25.076 pagantes, o Palmeiras criava chances e mais chances para dar a virada, mas faltava um pouco de sorte, além de sobrar ansiedade.

Como a expectativa da festa muitas vezes é melhor que a festa, só resta esperar por ela.

O jogo do Inter ainda segue por mais oito minutos…

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/