Gallardo mentiroso, cínico e hipócrita
Marcelo Gallardo deixou pior a emenda que o soneto com suas declarações de hoje, evidentemente voltadas para tentar abrandar a pena dura que deve receber no tribunal da Conmebol, embora de lá se possa esperar tudo, inclusive nada.
Exageradamente suspenso com a exclusão de um jogo semifinal de Libertadores, porque seu time atrasou um minuto a volta para o segundo tempo contra o Independiente nas quartas de final, quis convencer o mundo de que agiu por impulso e sozinho, quando é óbvio de que foi de caso mais que pensado e autorizado pelo River Plate.
Além de com uma certa cumplicidade da própria Conmebol, que poderia ter agido para evitar que ele continuasse a se comunicar com o banco e evitado sua descida ao vestiário depois que flagrado ainda no primeiro tempo.
Melhor teria sido ficar calado porque sua rebeldia, que poderia contar com alguma simpatia, virou cinismo, hipocrisia e mentira deslavada.
Acoelhou-se o ídolo, com motivos de sobra para ser idolatrado, do River Plate.
"Três dias depois você para para refletir e analisar com mais tranquilidade o que foi o jogo e uma classificação histórica. Isso é o que valorizo e respeito, que talvez não tenha sido dada uma importância maior.
Sempre estive convencido de que era injusta (a punição) e diante de uma situação de tanta importância como uma semifinal de Libertadores, as emoções também jogam e jogaram contra mim ter atuado impulsivamente. Isso senti e refleti nesses dias.
Não posso responder se me arrependo de algo que fiz emocionalmente. De ter descumprido uma norma, isso sim me arrependo.
Agi por impulso e perdi a razão. Mas tenho tranquilidade e me parece que não há argumentos para invalidar a situação que claramente alcançamos no campo, que nos tirem da final.
Não tinha decidido ir para o vestiário, foi algo impulsivo, sanguíneo, que às vezes acontece. Você tem que viver esses momentos para entender o que se sente. Foi sanguíneo, assumi a minha responsabilidade, quebrei a regra, mas não estava desafiando nada. Estávamos perdendo e senti que tinha que estar com o grupo. Nada mais que isso.
O elenco está preparado para jogar sem o treinador no banco. Não gostaria de perder a final, mas confio neles e no meu corpo técnico.
Somos humanos e temos essas falhas com as quais podemos nos equivocar. Em toda a competição da Conmebol não tinha nenhum problema com nenhum árbitro".
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Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/