Furacão abala o Fluminense
Senhoras e senhores, que jogo disputaram Atlético Paranaense e Fluminense no primeiro tempo na Arena da Baixada com o teto retrátil fechado para aquecer a noite fria em Curitiba, de 14 graus, e aumentar o som das torcidas.
Basta dizer que se todas as oportunidades de gol tivessem sido aproveitadas, o placar seria de 4 a 2 para os anfitriões.
O Flu começou o jogo de ida da semifinais da Copa Sul-Americana como todo visitante deve fazer.
Sem se importar por estar no terreno adversário.
Marcou a saída de bola do Furacão e jogou de igual para igual, em jogo franco, lá e cá até que o Rubro-Negro, aos 19 minutos, com Renan Lodi, abriu o placar: 1 a 0.
O lateral pegou o rebote de chute desferido por ele mesmo e marcou belo gol.
Aí, o Tricolor errou.
Em vez de tentar quebrar o ritmo e o entusiasmo dos paranaenses, tentou manter a intensidade do jogo com quase 70% de bola rolando.
Então, correu sérios riscos de sofrer o segundo gol, risco desnecessário.
Não fosse a excelente atuação do goleiro Júlio César e teria sofrido.
Conseguiu, no entanto, ao fim dos primeiros 45 minutos, equilibrar outra vez a partida e criar boas chances, uma delas desperdiçada por Everaldo porque em vez de passar, tentou fazer o empate.
Seja como for, o poderio ofensivo atleticano merecia ter ido para o intervalo com dois gols de vantagem.
Difícil imaginar que o segundo tempo fosse disputado no mesmo diapasão, com 17 finalizações e apenas 13 faltas.
Certamente, rubro-negros e tricolores faziam um dos melhores jogos da temporada.
E o Flu começou a metade final na pressão, em busca do gol qualificado.
Ainda antes do 10° minuto, Tiago Nunes sacou Lucho González e pôs Wellington no jogo.
Em grande velocidade, ninguém queria saber de cadenciar o duelo.
Faltava o gol do artilheiro paranaense Pablo e faltava o artilheiro Pedro, lembra dele?, em recuperação no clube carioca.
Marcelo Cirino deu lugar a Rony, aos 24', no Furacão.
Marcelo Oliveira respondeu com Léo no lugar de Airton, um minuto depois.
Típico do atual futebol jogado no país, ambos os lados finalizavam muito mal, até que Pablo, aos 28', acertou o travessão tricolor, no que seria um golaço.
Segunda bola no travessão do Flu, porque na etapa inicial uma intervenção de Júlio César também explodiu no pau.
O jogo chegava aos 30 minutos indefinido, embora com o Furacão melhor, mais perto do sonhado segundo gol.
Que veio aos 32', com Rony, de cabeça, ao se aproveitar de cruzamento precioso de Ronan Lodi, um gol e um passe para gol: 2 a 0. Quer mais?
Sim, o público de 28 mil torcedores, num estádio em que cabem 42 mil, apesar de o melhor do ano do Furacão, era muito menor do que o jogo e o Atlético mereciam.
Sornoza saiu e Júnior Dutra entrou para tentar diminuir o prejuízo.
O Atlético tinha um desempenho exemplar, dono do jogo e com vantagem considerável para a volta, dia 28, no Maracanã.
A final está ao alcance da mão paranaense.
Marco Júnior no lugar de Everaldo, aos 42'.
Um gol seria uma bênção para o Flu, mas o CAP é que ameaçava fazer o terceiro e ainda pôs Bérgson no lugar de Pablo, aos 47'.
Não fez, mas conseguiu uma vitória com V maiúsculo.
Sobre o Autor
Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/