Um Grêmio de encher os olhos
De se tirar o chapéu os primeiros 40 minutos do Grêmio no incessantemente cantante Monumental de Nuñez.
Sem Luan e Éverton, o Grêmio simplesmente não deixou o River Plate jogar como fez nos últimos minutos do primeiro tempo, quando conseguiu levar Marcelo Grohe a fazer duas defesas valiosas.
Até então, apenas uma vez o goleiro brasileiro teve de agir.
Kannemann jogava à argentina atrás, valoroso xerife e Jael, na frente, brigava para reter a bola, fazer o pivô, não dar paz à zaga portenha.
Se a técnica não era refinada, taticamente o Grêmio beirava à perfeição.
Restava saber se o Tricolor conseguiria manter o esforço no segundo tempo diante da maneira como o River terminou o primeiro.
E continuou, obrigando a defesa gaúcha a se virar enquanto o tempo passava.
O que levou Kannemann a receber um cartão amarelo que o tira do jogo da volta, desfalque grave, porque Bressan não, pelamordedeus Renato Gaúcho.
Em seguida, aos 16 minutos, escanteio pela esquerda batido por Alisson no primeiro poste e Michel subiu de cabeça para fazer o preciosíssimo 1 a 0 para o Imortal, o tal gol qualificado.
O Monumental não parou de cantar, como sempre, mas metade do Rio Grande do Sul se levantou em uníssono.
O blog aposta em que, também em Buenos Aires no hotel do Palmeiras, Felipão também gritou de satisfação.
Mais do que de se tirar o chapéu, era um Grêmio de encher os olhos.
E de comover pelo espírito copeiro.
O contra-ataque passou a ser, ainda mais, a arma gremista e, aos 33', por pouco não saiu o segundo gol, com Leonardo tirando tinta da trave.
A arbitragem peruana estava impecável e Thonny Anderson substituiu Jael, aos 37'.
O jogo chegava aos 40 minutos e o estádio à beira de um ataque de nervos.
Thaciano entrou aos 43' no lugar de Ramiro, para jogar os derradeiros sete minutos.
Que foram, é claro, tensos, de pressão argentina em busca do empate.
O Grêmio está muito perto de mais uma final de Libertadores, com frieza, sangue, suor e lágrimas.
A invencibilidade do River foi para o espaço sideral e, como se sabe, a Terra é azul.
Lágrimas de alegria, muita alegria, justa alegria.
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