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Blog do Juca Kfouri

Boca 2 a 0! Na conta do Felipão ou de Felipinho?

Juca Kfouri

25/10/2018 00h40

A Bombonera pulsava nas arquibancadas como sempre e Boca Juniors e Palmeiras jogavam mais no corpo a corpo que na bola.

Jogo viril, mas leal, de baixa qualidade técnica.

Carlitos Tévez via o jogo no banco tão ruim é sua forma atual.

Basta dizer que em campo estava o tosco Abila que, ainda nos tempos de Cruzeiro, perdeu a posição para Willian, também em campo pelo Alviverde.

Perigo de gol durante os 45 minutos iniciais só uma, quando Weverton saiu mal do gol e quase foi traído por cabeçada rente à trave.

Os brasileiros jogavam na base da ligação direta, um chutão atrás do outro, mas mantinham os argentinos longe de sua área.

A bomba-relógio Felipe Melo estava em campo, tão calmo e sem ser provocado pelos xeneizes que até causava estranheza.

Felipão é corajoso ou temerário?

Fato é que o intervalo chegou com 0 a 0 anunciando o empate de número 13 entre os dois clubes em 23 jogos e meio, com oito vitórias alviverdes e três dos rivais.

No caso, melhor para o Palmeiras.

A arbitragem chilena era liberal, mas firme.

O Boca começou a etapa final tentando pressionar, mas apenas consagrava a ótima dupla de zaga Gómez/Luan.

Com 20 minutos não acontecia nada, para preocupação portenha e satisfação paulistana.

Claro que a recusa palmeirense em jogar sempre embute um risco, mas vai que num contra-ataque sai um gol alviverde?

Ali pela metade do segundo tempo o Palmeiras ensaiou ir mais à frente e deu uma fustigada na defesa adversária.

Então, Felipão lançou mão de Deyverson, aos 30', no lugar de Borja, náufrago em ilha deserta.

Abila também saiu e Benedetto entrou para Tévez permanecer no banco. Que fase!

Aos 35', Weverton teve de fazer extraordinária defesa em cobrança de falta por Benedetto fruto de entrada violenta e burra, completamente desnecessária, de Felipe Melo.

Felipão é corajoso ou temerário?

Na cobrança do escanteio, Benedetto fez 1 a 0, subindo mais que…Felipe Melo, aos 38'.

Corajoso ou temerário?

Aí, aos 40', Thiago Santos substituiu Bruno Henrique, com cartão amarelo.

Como diria o filósofo, o medo de perder tira a vontade de vencer.

Pior, perder de 2 a 0.

Porque Benedetto fez um golaço ao driblar Luan e chutar rasante de fora da área.

Lucas Lima entrou no lugar de Moisés.

Pergunta final: que efeito terá a derrota no sábado, contra o Flamengo, num Maracanã tão aceso como a Bombonera?

Na Libertadores pinta a final entre Grêmio e Boca Juniors.

Na conta dos dois Felipes, o pão e o pinho.

Um temerário, outro irresponsável.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/