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Blog do Juca Kfouri

Inter no apito e o São Paulo em queda

Juca Kfouri

30/09/2018 18h00

Em oito minutos, dois gols no Nilton Santos.

O primeiro de Jean, aos 6, escorando uma casquinha de Kieza após cobrança de escanteio.

O segundo de Diego Souza, depois que Carli errou ao tentar aliviar na área e a bola sobrou para o artilheiro tricolor empatar, na banheira, mas em gol legal.

O São Paulo pareceu ter forças, mas só pareceu.

Porque o Botafogo tomou as rédeas do jogo, Anderson Martins também errou num toque de bola para dentro de sua área, Kieza e Erik tabelaram e o centroavante fulminou Sidão para fazer 2 a 1.

Ironias: Jean, autor do primeiro gol carioca é do Corinthians e Erik, que deu o segundo, é do Palmeiras.

Impressionante porque o Tricolor perdia a liderança e parecia sem potência para buscá-la.

Mesmo assim, voltou igual para o segundo tempo.

Aos 10, enfim, Diego Aguirre tirou Edimar e botou Carneiro que, de cara, perdeu gol feito.

Minutos depois, Reinado bateu falta, o terceiro goleiro botafoguense Saulo deu rebote e o uruguaio Carneiro empatou novamente, para alegria de seu patrício no banco.

Era outro São Paulo em campo, na pressão de quem não quer ceder o primeiro lugar.

Liziero substituiu Bruno Peres, aos 29', e Pimpão entrou no lugar de Erik.

A pressão final paulista foi quase insuportável, mas os cariocas suportaram.

Saulo fez duas defesas nos acréscimos em chutes de Rojas e de Diego Souza que não estão escritas em lugar nenhum.

Era jogo para o São Paulo vencer.

Não deu e o Tricolor caiu para o terceiro lugar.

Enquanto isso, no Beira-Rio, o Inter fazia pior.

Fez um gol contra com Emerson antes do segundo minuto de jogo e não foi capaz de pressionar o Vitória como deveria, indo para o intervalo perdendo de 1 a 0.

O Colorado voltou mais objetivo no segundo tempo, viu a zaga baiana salvar na linha o empate nos pés de Nico López e, no minuto seguinte, viu Victor Cuesta roubar uma bola na raça e Edenílson cruzar para Leandro Damião empatar de cabeça.

Gol de lavar a alma!

Os gaúchos tinham tudo para virar.

Mas Damião se machucou e teve de sair, aos 22', para Rossi jogar.

O empate não era ruim, era péssimo, para quem vinha de derrota em Chapecó e empate com o Corinthians.

32.229 pagantes sofriam em Porto Alegre.

O levantador de bandeirinha deu um impedimento duvidoso de Camilo em lance que terminou em gol colorado.

E os torcedores viram o assoprador marcar novo pênalti em mão na bola fora da área, contra o Vitória. Outro absurdo que o VAR evitaria.

O pênalti que não foi pênalti levou um tempão para ser cobrado e, aos 41, D'Alessandro não desperdiçou: 2 a 1.

Segundo jogo seguido em que o Inter é beneficiado, com o que reassume o segundo lugar, um ponto à frente do São Paulo, cinco gols a menos no saldo que o Palmeiras.

Ah, o VAR…

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/