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Blog do Juca Kfouri

Furacão varre o Flamengo e Colorado lidera

Juca Kfouri

19/08/2018 12h59

Enquanto em 21 minutos de jogo, no Beira-Rio, o Inter chutou sete vezes infrutíferas contra o gol do Paraná e não sofreu nenhum chute, na Arena da Baixada, o Atlético Paranaense cada vez que finalizava fazia um gol no Flamengo.

Pablo aos 9', Raphael Veiga aos 17', e Zé Ivaldo aos 21', massacravam o time do Flamengo, com apenas um susto, quando ainda estava 1 a 0 — e o goleiro Santos soltou uma bola fácil nos pés de Vitinho que permitiu a redenção do arqueiro.

Parecia que o time carioca ainda dormia no domingo pela manhã e o paranaense já ventava desde a madrugada.

A varrida lembrava Brasil e Alemanha, no Mineirão.

Como mandante, o Furacão vencia o Flamengo pela 16ª vez, com apenas uma derrota e oito empates, numa freguesia que impressiona, pois há 44 anos o rubro-negro do Rio não vence o paranaense em Curitiba pelo Brasileirão.

Quando os primeiros tempos terminaram, o gol não havia saído em Porto Alegre, apesar dos 80% de posse de bola colorada, além de 10 a 2 em finalizações, com dois milagres do goleiro paranista Richard, e o Flamengo, sem Diego Alves, Réver e Diego, poupados, não sabia bem qual era o caminho do vestiário.

William Arão ficou nele e Marlos Moreno entrou.

Mas, ao menos, o Flamengo voltou acordado, embora sofresse com os contra-ataques dos anfitriões.

Já o Inter seguia esmagando o Paraná, mas o gol não saia, além de perder Fabiano, Nico López e Jonathan Álvez, que receberam terceiros cartões amarelos, para o jogo contra o Bahia, na Fonte Nova, no meio da semana.

O Colorado não podia perder a chance de passar o Flamengo, assumir a vice-liderança e, por horas, pelo menos até às 19h, pelo saldo de gols, quando o São Paulo joga contra a Chape, no Morumbi.

Mais de 44 mil torcedores empurravam o Inter sem sucesso.

E o Furacão ameaçava o quarto gol, seguro de que não levaria o primeiro.

Aos 26', Nikão quase quebrou a trave do Flamengo.

O jovem treinador atleticano Tiago Nunes, 38, tinha motivos de sobra para estar orgulhoso de seu time e o colorado Odair Hellmann, 41, sofria na casamata com a secura de gols, além de botar Rossi, Camilo e Lucca no jogo, ao sacar Fabiano, Jonathan Álvez e Potter.

Maurício Barbieri, mais jovem ainda, aos 36 anos, pôs Lincoln e Geuvânio para jogar ao tirar Uribe e Everton Ribeiro e tentar diminuir a catástrofe.

O Flamengo até quase conseguiu, mas encontrou Santos em manhã abençoada e o Atlético em jornada diabólica, diante de 22.061 torcedores.

Finalmente, nos Pampas, Camilo bateu falta com perfeição, da intermediária e, aos 52 minutos, fez o gol que o Inter mereceu e que lhe vale a liderança do Brasileirão pelas próximas seis horas, no mínimo.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/