Injusto, mas o hexa ficou para Catar
Primeira observação sobre o primeiro tempo de Bélgica x Brasil: belíssimo jogo de futebol, o melhor da Copa até aqui, melhor até mesmo que Espanha 3, Portugal 3.
Segunda o observação: o detalhe é o imprevisto seguem prevalecendo no resultado do jogo, mais que a tática, a estatística, o diabo a quatro.
Não fosse assim e a bola na trave mandada por Thiago Silva logo no oitavo minuto teria entrado e mudado o jogo quando o Brasil jogava muito melhor.
Em seguida, aos 11, foi a vez de Paulinho não conseguir botar o pé na bola para empurrá-la e abrir o placar.
Daí, dois minutos depois, Chadli bateu o venenoso escanteio pela esquerda que Kompany tocou no primeiro poste e o braço de Fernandinho desviou para o fundo da rede brasileira.
Pela primeira vez na Copa, a Seleção Brasileira saía atrás no placar.
Nem por isso o time brasileiro se desarrumou e seguiu jogando bem, chutando duas vezes com Philippe Coutinho e Marcelo para Courtois defender.
Alisson não havia feito nenhuma defesa e o Brasil tomara dois gols na Copa: um em que houve falta em Miranda e outro contra.
Tomaria, no entanto, aos 30 minutos, um golaço de contra-ataque armado pelo brilhante Lukaku e concluído pelo ainda mais brilhante De Bruyne: 2 a 0.
Pela primeira vez a Seleção Brasileira sob o comando de Tite sofria dois gols.
Só aos 41' Alisson fez sua primeira defesa, em cobrança de falta por De Bruyne que, diga-se, ao lado de Hazard, fazia um verdadeiro salseiro na defesa nacional.
Seja como for, Courtois se virava ao evitar um gol contra e ao fazer linda defesa em chute de Philippe Coutinho.
Gabriel Jesus ainda desperdiçou, livre, uma cabeçada.
O jogo não estava perdido no intervalo, mas a vaca estava célere no caminho do brejo.
A Seleção Brasileira precisaria fazer com a Bélgica o que a Bélgica havia feito com o Japão. Só que a Bélgica não é o Japão, por mais que o Brasil possa jogar como a Bélgica.
Tite voltou com Firmino no lugar de Willian.
E a Seleção seguia jogando bem em Kazan, mas sem sorte, o acaso não ajudava.
A Bélgica se defendia como podia e, é claro, preparava um contra-ataque para matar o jogo.
Esqueça que você é brasileiro. O jogo era bom e Gabriel Jesus saiu para Douglas Costa entrar, aos 57.
Aos 61, o contra-ataque belga saiu e por pouco o 3 a 0 não chegou.
Em seguida, Courtois evitou que Douglas Costa diminuísse.
Faltavam 25 minutos e o sonho do hexa se desvanecia, ficava para o Catar, daqui a longos quatro anos.
Seriam necessários dois gols para buscar a prorrogação.
França e Bélgica pintava como a final antecipada da Copa da Rússia, mais europeia do que nunca.
Renato Augusto foi para o jogo, aos 72', no lugar de Paulinho.
A Seleção tentava, sem se desesperar, quando Courtois evitou novo gol de Douglas Costa.
Aos 75, Philippe Coutinho pôs a bola na cabeça de Renato Augusto e ele, enfim, diminuiu: 2 a 1 e tinha jogo.
Por pouco, muito pouco, Firmino não empatou.
A Arena Kazan era um caldeirão brasileiro e o jogo, eletrizante.
Aos 80', frente à frente com Courtois, Renato Augusto desperdiçou o gol mais feito do jogo. Uma pena.
Logo depois, Philippe Coutinho fez quase o mesmo.
Se houvesse justiça no futebol, no mínimo, o Brasil empataria.
Faltavam cinco minutos quando Fernandinho deu um golpe de judô em Hazard e levou o amarelo. Casemiro fazia falta, muita falta.
E Tite parecia acreditar no empate, porque não fazia um gesto de nervosismo na beira do campo.
Faltava um momento de brilho de Neymar.
E cinco minutos para o jogo terminar, com os acréscimos.
Douglas Costa, outra vez, fazia um grande jogo.
Os belgas cantavam na arquibancada e faziam cera no gramado.
E Courtois evitava o empate dos pés de Neymar, em nova jogada de Douglas Costa.
De Bruyne, inteligente, cavava escanteio e regia sua torcida.
A Copa acabou para o Brasil.
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