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Blog do Juca Kfouri

Croatas seguem enaltecendo o nazismo na Rússia

Juca Kfouri

12/07/2018 06h41

Do jornal "La República", da Espanha.

Enquanto a mídia ocidental critica o governo Putin para seus interesses ilegítimos, um novo caso de glorificação do fascismo teve lugar durante o Mundial de 2018.

O caso do defensor croata Vida, que gravou um vídeo em conjunto com Ognjen Vukojevic ex-jogador ucraniano, exaltando o regime fascista de Kiev.

O vídeo foi adicionado ao Facebook por um jornalista ucraniano, e nele viu-se o jogador Vida, gritando "Glória a Ucrânia" depois de a Croácia eliminar a Rússia.

Este lema, usado pelo fascismo ucraniano, é semelhante ao usado pelo franquismo "Arriba España".

Por isso, ontem, a cada vez que Vida pegava na bola era fortemente vaiado pela torcida russa no jogo contra a Inglaterra.

Não é a primeira vez em que a Croácia se vê em situações semelhantes.

Foi um escândalo, por exemplo, quando, em um vídeo divulgado pelo jogador Lovren, vários jogadores da Croácia, entre eles Vrsaljko do Atlético de Madrid, cantaram "Bojná Cavoglave", uma canção da banda Thompson, que pede desculpas ao regime fascista croata do Ustacha durante a Segunda Guerra Mundial.

Em 2015, a UEFA sancionou a própria Federação Croata de Futebol com um jogo de portas fechadas e 50 mil euros de multa por insultos racistas dos seus adeptos.

Esse jogo, diante da Itália, foi jogado com uma suástica pintada com clippers no gramado do estádio, o que levou a UEFA a abrir processos disciplinares contra a Croácia.

Em 2013, o jogador croata Simunic foi multado em 3.500 euros por gritos nazistas.

Durante uma celebração, o jogador pediu à platéia para cantar com ele um lema bem conhecido dos "ustachis".

"Za dom" ( "Em casa") disse Simunic três vezes para o estádio, microfone na mão levantada, enquanto o público respondeu "Spremni" ( "Pronto!").

Essa foi uma das saudações dos "ustachis", o protetorado croata da Alemanha nazista.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/