Ufa! Mas foi justo
O uniforme todo azul é bem mais bonito que o tradicional.
Já o comportamento da torcida deixou a desejar logo de cara, ao seguir cantando o Hino Nacional em cima da execução do hino da Costa Rica.
Contrariamente ao que previu a meteorologia, fazia sol e calor.
O Brasil dominava, Fagner surpreendia, Marcelo jogava mal, Neymar não aparecia e, aos 12 minutos, quase gol: da Costa Rica…
Depois de um começo de jogo disputado lealmente, os costa-riquenhos começaram a abusar do jogo físico. Neymar, é claro, era a vítima predileta.
Os primeiros 25 minutos brasileiros eram bem piores que os do jogo de estreia.
"Olê, olê, olê, Tico, Tico", ouvia-se em coro no belo, e superfaturado estádio de São Petersburgo.
Tico é o apelido da seleção centro-americana.
Se jogasse um tico de bola o Brasil abriria o placar, como fez Gabriel Jesus, mas em impedimento, ou Neymar, ao perder a dividida para o goleiro Navas.
Mas a Seleção se soltou depois do 25º minuto.
O gol amadurecia.
"Brasil, Brasil, Brasil", mudou o coro.
Mas ninguém acertava o gol de Navas.
E Willian não estava bem pela direita.
Nem Neymar pela esquerda.
O primeiro tempo chegava aos 40 minutos encardido, com cara de terminar sem gols.
Marcelo, enfim, acertou um chute entre as traves, mas, Navas pegou sem dificuldade.
Era enorme a dificuldade em jogar verticalmente, tamanha a barreira costa-riquenha.
Neymar caía e o árbitro holandês mandava ele levantar.
Neymar, Marcelo, Miranda e Thiago Silva cercaram o apitador ao fim da etapa inicial.
Por que, não se sabe.
O que se soube é que Tite resolveu tirar Willian e pôs Douglas Costa para jogar o segundo tempo.
Eu teria posto também Roberto Firmino no lugar de Gabriel Jesus.
De cara, com participação de Douglas Costa e calcanhar de Paulinho o Brasil chegou bem, mas Navas chegou primeiro que Neymar.
Então Gabriel Jesus cabeceou na trave a bola cruzada por Fagner e Coutinho quase fez no rebote.
A blitz era formidável.
Marcelo, estranhamente, abusava da displicência.
Via-se outro jogo em São Peter.
Em jogada de Douglas com Paulinho, Neymar viu Navas fazer milagre.
Douglas Costa já era o melhor jogador em campo e Casemiro fazia péssima partida.
Sim, o placar era profundamente injusto, mas era o placar e, de repente, a Costa Rica ameaçou.
Foi quando Tite tirou Paulinho e pôs Firmino.
Dois centroavantes, mas Paulinho estava melhor que Casemiro, embora se o ex-são paulino saísse a defesa ficaria muito exposta.
Mas era o gol que não saía.
E Neymar perdeu, aos 26', um gol impossível, daqueles que Cristiano Ronaldo faria de olhos fechados, diante de 64.468 torcedores.
Aos 35, Douglas puxou o contra-ataque, deu para Gabriel e Neymar caiu na área.
O assoprador de apito deu pênalti, mas o VAR, corretamente, não confirmou.
Em seguida, irritado, Neymar jogou a bola no chão porque o jogo foi paralisado e levou cartão amarelo.
A Costa Rica se sentia milionária com o empate e o Brasil miserável.
Faltava alguém para botar ordem na casa, acalmar os nervos, liderar.
Corretamente, o assoprador deu seis minutos de acréscimos.
Nem precisava: no primeiro minuto Coutinho fez o gol do desafogo e da justiça.
Gabriel deu lugar a Fernandinho e o segundo gol não saiu por pouco.
Ou melhor, saiu, com Casemiro puxando o contra-ataque, dando para Douglas passar para Neymar, na cara do gol, ampliar.
O castigo para cera veio nos acréscimos.
Desconfio que Douglas Costa será titular contra a Sérvia.
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