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Blog do Juca Kfouri

Rússia mostra força e alguma arte

Juca Kfouri

14/06/2018 13h56

A festa de abertura em Moscou foi até melhor que o jogo e que a de quatro anos atrás no Brasil, com destaque para a presença de Ronaldo no lugar do Rei Pelé.

Também pudera.

Dois times fracos como o da Rússia e da Arábia Saudita não poderiam apresentar bom futebol. Se bem que a Rússia goleou e até surpreendeu positivamente, embora a Arábia tenha mostrado ainda menos do que o esperado, ou seja, nada.

E, na Arena Corinthians, a festa foi organizada por Joana Havelange e seus parceiros que simplesmente deram um show de breguice.

Então, a elite branca presente em Itaquera xingou a presidenta da República Dilma Rousseff, que viria a ser reeleita em seguida, prova de que aquela gente não representava a vontade manifestada na eleição, apenas 135 dias depois.

Hoje Vladimir Putin foi aplaudido.

O jogo ao menos foi colorido no lotado Estádio Olímpico de Moscou.

Os árabes inteiramente de verde forte e os russos de branco e vermelho encarnado, além do detalhe azul no meião.

O goleiro asiático de amarelo e o europeu de azul.

E aos 11 minutos o russo Gazinsky abriu o placar de cabeça.

No Brasil também o primeiro gol da Copa foi marcado por um brasileiro, Marcelo, mas contra, a favor da Croácia. Tinha mesmo de acabar mal…

A Rússia mandou no jogo e ampliou o placar aos 42' em belo gol depois de troca de bola de pé em pé, até que Cheryshev, de esquerda, estufasse a rede árabe.

O jogo transcorreu tecnicamente rústico, mas com impressionante imposição física dos anfitriões.

Os visitantes não exigiam nenhuma defesa do goleiro russo.

Verdade seja dita, a Rússia estreava com mais facilidade que o Brasil em 2014, quando para vencer por 3 a 1 foi preciso que o assoprador de apito inventasse um pênalti em Fred, que Neymar converteu para fazer 2 a 1.

Também o adversário de hoje é incomparavelmente mais fraco.

E o terceiro gol surgiu também de cabeça aos 25', de Dzyuba, para acordar as 78.011 pessoas presentes.

Cheryshev e Dzyuba estavam no banco, entraram e logo marcaram, sinal de que estrela eles têm.

Cheryshev, aliás, tem mais, porque fez 4 a 0 nos acréscimos de três dedos, em lindo gol.

Mas tinha mais, de falta, muito bem batida, por Golovin, para fechar a conta em 5 a 0.

Quem sabe se agora os russos em geral se ligam na 21ª Copa do Mundo que abriu em festa.

A Rússia mostrou suas armas. Muita força, mas não só.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/