Pelé e Lula não sabem nada
É óbvio que Carlos Arthur Nuzman, o complicado ex-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro e do Rio-16, convoca testemunhas que não têm como complicá-lo ainda mais.
Se tivessem não os convocaria.
Como é óbvio que nem Pelé nem Lula sabem nada sobre os métodos da cartolagem internacional.
Nuzman deveria pedir o depoimento do lobista Jean Marie Weber, chamado de o "bag man", o homem da mala, desde os tempos em que trabalhou para eleger João Havelange como presidente da Fifa, trabalhou para a Adidas, participou da falência da gigante do marketing esportivo ISL e, denunciado pela Justiça suíça, teve de se afastar do mundo do esporte.
Estranhamente, contudo, ele estava credenciado pelo Comitê Olímpico Internacional na escolha da sede da Olimpíada de 2016.
E não foi por acaso que Weber recebeu o primeiro abraço de Havelange assim que o Brasil, em Copenhague, na Dinamarca, acabou escolhido para sediar a Olimpíada de 2016.
Weber, como Nuzman, sabe tudo.
Do submundo do esporte, Lula e Pelé, repita-se, não sabem nada, porque Juan Samaranch e Havelange, já falecidos, Joseph Blatter e Nuzman, precisam deles apenas como biombos, para usar suas imagens.
Do jogo sujo não são convidados a participar, até porque seria arriscado.
Daí ao ex-presidente da República contabilizar o escândalo da compra de votos para a eleição do Rio como "denuncismo " vai enorme diferença.
Até porque ele sempre soube quem é Nuzman.
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