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Blog do Juca Kfouri

Verdão cala a Bombonera e Mengão não fala em El Campín

Juca Kfouri

25/04/2018 23h41

O Palmeiras começou o jogo como se estivesse em casa e não na Bombonera apinhada.

Pressionou o Boca Juniors a tal ponto que nem bem a bola rolou o goleiro argentino despachou uma bola nas costas de Keno e só por capricho não saiu o primeiro gol.

Mas recuou na altura do 10° 'minuto e deixou o time portenho dominar.

Um domínio estéril, diga-se, porque trabalhar Jaílson não trabalhou.

Raras vezes os brasileiros conseguiram armar alguma jogada ao errar passes em demasia.

Quando acertou e trocou a bola de pé em pé, Marcos Rocha fez um cruzamento precioso na segunda trave e Keno subiu sozinho, só para desviar e fazer 1 a 0, aos 39 minutos.

Dois minutos depois o caldeirão xeneize assistiu um lance que não esquecerá se o Boca não virar: Tevez ganhou uma dividida na entrada da área e bateu cruzado.

A bola parecia que entraria diretamente, mas Ábila apareceu e, em vez de completar para empatar, jogou como zagueiro e a tirou do rumo embaixo do travessão.

Logo no começo do segundo tempo o assoprador de apito chileno deu uma de caseiro e deixou de dar o segundo cartão amarelo para o zagueiro Magallan que impediu a entrada de Lucas Lima na área.

Como nos 45 minutos iniciais, o Palmeiras voltou a mandar no jogo e por pouco, em contra-ataque puxado por Keno, não ampliou o placar.

O Boca respondeu prontamente ao criar três boas chances, o jogo ficou quente e havia espaço para o Palmeiras matar a partida.

Aos 15', Felipe Melo foi desarmado na intermediária, a bola sobrou para Pavón que obrigou Jaílson a fazer sua primeira defesa. E que defesa do Muralha Tranquila!

Willian substituiu Borja, bela providência de Roger Machado.

O Alviverde tinha mais inteligência em campo.

E, aos 21', por cobertura, Lucas Lima fez 2 a 0, aproveitando a saída de cabeça do goleiro, num gol sensacional.

Em seguida, Felipe Melo errou de novo, deu um passe para Tevez e Jaílson teve de aparecer de novo.

Era ter cabeça que o Palmeiras poderia fazer mais, embora não precisasse para garantir vaga nas oitavas de final da Libertadores.

Keno saiu e Hyoran entrou.

Moisés entrou e Lucas Lima saiu.

A vitória que escapou em São Paulo no derradeiro segundo, apareceu em dobro em Buenos Aires, para calar a lendária Bombonera.

O Verdão ganhou o jogo mais aguardado desta fase do torneio continental.

Já no El Campín, com pouca gente, Santa Fé e Flamengo faziam um jogo ruim, sem emoções e com grave erro do assoprador de apito ao não marcar um braço na bola, dentro da área brasileira, de Henrique Dourado, aos 35 minutos.

Contra o River Plate e contra o Emelec o Flamengo também foi seriamente prejudicado, mas o Santa Fé não tem nada com isso.

O 0 a 0 refletia o jogo e servia como nota do jogo.

Rodinei salvou a pátria rubro-negra no começo do segundo tempo e os brasileiros passavam a sentir a altitude de Bogotá.

Pelas circunstâncias do jogo, o empate não foi mau resultado para o Rubro-Negro, mas o risco de ser eliminado novamente na fase de grupos está latente.

O Mengo ainda tem de agradecer ao assoprador de apito e a Cuellar, que jogou muito.

Embora o assoprador tenha apitado o fim do jogo quando Geuvânio roubou uma bola e fez o gol…

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/