Verdão cala a Bombonera e Mengão não fala em El Campín
O Palmeiras começou o jogo como se estivesse em casa e não na Bombonera apinhada.
Pressionou o Boca Juniors a tal ponto que nem bem a bola rolou o goleiro argentino despachou uma bola nas costas de Keno e só por capricho não saiu o primeiro gol.
Mas recuou na altura do 10° 'minuto e deixou o time portenho dominar.
Um domínio estéril, diga-se, porque trabalhar Jaílson não trabalhou.
Raras vezes os brasileiros conseguiram armar alguma jogada ao errar passes em demasia.
Quando acertou e trocou a bola de pé em pé, Marcos Rocha fez um cruzamento precioso na segunda trave e Keno subiu sozinho, só para desviar e fazer 1 a 0, aos 39 minutos.
Dois minutos depois o caldeirão xeneize assistiu um lance que não esquecerá se o Boca não virar: Tevez ganhou uma dividida na entrada da área e bateu cruzado.
A bola parecia que entraria diretamente, mas Ábila apareceu e, em vez de completar para empatar, jogou como zagueiro e a tirou do rumo embaixo do travessão.
Logo no começo do segundo tempo o assoprador de apito chileno deu uma de caseiro e deixou de dar o segundo cartão amarelo para o zagueiro Magallan que impediu a entrada de Lucas Lima na área.
Como nos 45 minutos iniciais, o Palmeiras voltou a mandar no jogo e por pouco, em contra-ataque puxado por Keno, não ampliou o placar.
O Boca respondeu prontamente ao criar três boas chances, o jogo ficou quente e havia espaço para o Palmeiras matar a partida.
Aos 15', Felipe Melo foi desarmado na intermediária, a bola sobrou para Pavón que obrigou Jaílson a fazer sua primeira defesa. E que defesa do Muralha Tranquila!
Willian substituiu Borja, bela providência de Roger Machado.
O Alviverde tinha mais inteligência em campo.
E, aos 21', por cobertura, Lucas Lima fez 2 a 0, aproveitando a saída de cabeça do goleiro, num gol sensacional.
Em seguida, Felipe Melo errou de novo, deu um passe para Tevez e Jaílson teve de aparecer de novo.
Era ter cabeça que o Palmeiras poderia fazer mais, embora não precisasse para garantir vaga nas oitavas de final da Libertadores.
Keno saiu e Hyoran entrou.
Moisés entrou e Lucas Lima saiu.
A vitória que escapou em São Paulo no derradeiro segundo, apareceu em dobro em Buenos Aires, para calar a lendária Bombonera.
O Verdão ganhou o jogo mais aguardado desta fase do torneio continental.
Já no El Campín, com pouca gente, Santa Fé e Flamengo faziam um jogo ruim, sem emoções e com grave erro do assoprador de apito ao não marcar um braço na bola, dentro da área brasileira, de Henrique Dourado, aos 35 minutos.
Contra o River Plate e contra o Emelec o Flamengo também foi seriamente prejudicado, mas o Santa Fé não tem nada com isso.
O 0 a 0 refletia o jogo e servia como nota do jogo.
Rodinei salvou a pátria rubro-negra no começo do segundo tempo e os brasileiros passavam a sentir a altitude de Bogotá.
Pelas circunstâncias do jogo, o empate não foi mau resultado para o Rubro-Negro, mas o risco de ser eliminado novamente na fase de grupos está latente.
O Mengo ainda tem de agradecer ao assoprador de apito e a Cuellar, que jogou muito.
Embora o assoprador tenha apitado o fim do jogo quando Geuvânio roubou uma bola e fez o gol…
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