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Blog do Juca Kfouri

Flamengo empata com o assoprador de apito

Juca Kfouri

14/04/2018 20h56

O Flamengo fez provavelmente o gol mais rápido deste Brasileirão, não até agora, porque óbvio, mas até o fim dele, em dezembro.

Na saída de bola, Vinícius Júnior abriu na direita para Paquetá bater cruzado e fazer 1 a 0 no Vitória em pleno Barradão, 13.142 torcedores. Eram transcorridos 18 segundos, não 16 como anunciado.

O jogo prometia, os dois times jogavam bem, o Flamengo melhor, até que, aos 10 minutos, num tremendo rebu na área carioca, Everton Ribeiro salvou o empate com o rosto, mas o assoprador de apito e seus atrapalhadores marcaram pênalti e ainda o expulsaram, para Yago empatar na cobrança.

Era olhar no rosto do jogador, ou perceber que o impacto o jogou para dentro do gol, e perceber que a defesa não havia sido feita com a mão.

Entre a marcação errada e a cobrança foram consumidos três minutos, coisa que o VAR resolveria em 30 segundos, tão claro foi o lance.

Mas a Casa Bandida do Futebol sabe que quanto mais confusão melhor para ela.

Prato cheio, aliás, para os adeptos da teoria da conspiração.

O "time da Globo" sempre é beneficiado…

O Vitória foi para cima e o Flamengo trocou Henrique Dourado por William Arão, aos 25'.

O jogo, é claro, ficou desigual.

Além de jogar com um menos, o Flamengo tinha em Diego um peso morto, quase como se jogasse com nove jogadores.

O 1 a 1 perdurou até o fim dos 45 minutos porque o Vitória é fraco.

O tempo final começou com o rubro-negro em cima e o carioca no contra-ataque.

Lucas Paquetá era, disparado, o melhor em campo, mas começava a dar sinais claros de desgaste, porque jogava por ele, por Everton Ribeiro injustamente expulso e por Diego, bisonho.

Embora tenha acabado com participação importante na partida.

Aos 20' foi derrubado na área na cara do assoprador que fingiu não ver, este sim pênalti.

Dois minutos depois, bateu uma das muitas faltas do violento time de Vagner Mancini, e Rever se aproveitou do passe de Geuvânio que consertou uma cabeçada torta de William Arão, em impedimento, para virar contra o apito e o Vitória: 2 a 1.

Mas Juan cometeu o pecado de ficar olhando Denilson subir de cabeça para empatar, aos 30', um chuveirinho na área, a jogada preferencial do time baiano, obviamente candidato ao rebaixamento.

Difícil, por outro lado, considerar o Flamengo como candidato ao título, embora hoje tenha sido muito prejudicado por três erros crassos: um pênalti contra mal marcado, uma expulsão injusta aos 10 minutos de jogo e um pênalti a favor não assinalado, embora Arão estivesse impedido no segundo gol.

Mas o "time da Globo" é sempre ajudado…

Tanto que acaba de ser campeão carioca!

Wagner Reway, esperemos não ver mais o nome deste assoprador no Brasileirão

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/