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Blog do Juca Kfouri

Verdão 100% sem sofrer

Juca Kfouri

04/02/2018 18h53

Quando, antes do segundo minuto de jogo, Antônio Carlos fez 1 a 0 para o Palmeiras e, antes do sexto, Lucas Lima bateu falta na trave do Santos, pensei, como diria Milton Leite: "Hoje eu se consagro!".

Porque, aqui, tinha dado dois gols de lambuja para os visitantes.

Mas, que nada…

Falta aos jogadores brasileiros a vontade de aniquilar o rival, de goleá-lo, não deixar pedra sobre pedra.

E, de grogue que estava, o Santos paulatinamente foi quebrando o ritmo do jogo, Renato foi se impondo e se não é Jaílson, a Muralha Tranquila, até teria empatado em cabeçada de Sasha.

O jogo ficou monótono e o Palmeiras nunca mais chutou no gol de Vanderlei, assim como o Santos não mais incomodou Jaílson.

Para quem, minutos antes, havia visto Liverpool 2, Tottenham 2, com três gols nos últimos 15 minutos, parecia um outro esporte.

De bom mesmo, depois do ótimo começo alviverde, só um drible de Felipe Melo em Sasha e a resposta do santista quase em seguida, com um chapéu no palmeirense.

O Santos voltou com Rodrigão no lugar de Sasha, segunda alteração porque fôra obrigado a trocar o zagueiro Luís Felipe por Robson Bambu.

Mas era o Palmeiras quem queria liquidar o jogo e em três minutos teve duas boas chances de ampliar até que, aos 4', Borja combinou com Willian e bateu seco e forte da entrada da área para fazer 2 a 0.

Eu não estava seconsagrando, mas minha previsão já contabilizava um empate.

O que o Palmeiras não havia feito nos 45 minutos iniciais fazia nos finais, sem deixar o Santos respirar.

O Verdão ganhava sua quinta partida, mantinha 100% de aproveitamento no Paulistinha e média de dois gols por jogo.

Com tempo, jeito e disposição de que faria o 11º gol no campeonato.

Mas levou o terceiro, o primeiro do Santos, de Renato, de cabeça, aproveitando um cruzamento que deveria ter sido cobrança de escanteio não visto pela arbitragem diante de quase 38 mil torcedores.

Rodrigo, mais um menino da Vila, entrou no lugar de Caju e Copete foi jogar na lateral.

De monotonia não se podia mais queixar e Felipe Melo deu na cara de ao levar uma caneta de Vecchio.

Atendendo a insistentes pedidos, Roger Machado sacou Dudu, em jornada apagada, e pôs Keno em campo, aos 29'.

De cara ele deu um passe entre as pernas de um santista para Tchê Tchê tirar lasca da trave praiana.

Keno no banco é um luxo que só o Palmeiras pode se dar. Pode mesmo? E-mails para o blog.

Bruno Henrique entrou aos 36' e Tchê Tchê saiu.

Em seguida, Gustavo Scarpa estreou, no lugar de Lucas Lima, discreto em seu primeiro jogo contra o ex-time.

Não foi o clássico aqui previsto, mas o Palmeiras venceu e não sofreu.

Com o bom Bruno Henrique e o duvidoso Gabigol em campo o Santos seria um rival mais duro de ser batido.

O blogueiro perdeu a aposta…Só para variar.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/