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Blog do Juca Kfouri

São Paulo se agiganta

Juca Kfouri

28/10/2017 18h55

O primeiro tempo do San-São honrou o nome do clássico, porque foi gigantesco.

E o São Paulo foi impiedoso, cirúrgico e magistral em 21 minutos no Pacaembu tricolor.

Aproveitou muito bem de duas falhas santistas, de Alison e de Renato, no meio de campo para fazer dois gols. 

Dois gols, não.

Dois golaços, ambos com a participação do brilhante Hernanes.


No primeiro ele enfiou um lançamento primoroso, de 30 metros, para Marcos Guilherme encobrir o goleiro Vanderlei que saiu vendido da meta, aos 16.


No segundo, Hernanes recebeu de Pratto e deu na medida para Cueva ampliar, aos 21.

O São Paulo era dono do jogo e o Santos, com Renato, Bruno Henrique e Lucas Lima, além de Ricardo Oliveira, pouco ameaçava.

Aí, aos 33, achou um gol.

E que gol!

Escanteio pela esquerda, Rodrigo Caio alivia pelo alto, a bola sobra fora da área para Alison que acerta, de primeira, um tirambaço raríssimo: 2 a 1.


O Santos cresceu e o São Paulo tratou de quebrar o ritmo frenético do jogaço.

O segundo tempo começou com os 22 jogadores do primeiro e não fazia mesmo sentido qualquer mudança.

David Braz era o nome santista do jogo e Hernanes gastava a bola no São Paulo, mas mal não havia ninguém.

O Santos, é claro, partiu para cima.

Era hora de testas os nervos tricolores no embate em que o empate não interessava a ninguém, porque o São Paulo atrás da segunda vitória seguida para se afastar ainda mais da ZR e o Santos em busca de ficar a apenas três pontos da liderança.

O jogo ficou mais nervoso que técnico, com o São Paulo marcando melhor que o Santos e mais com o coração na ponta da chuteira.

Kayke substituiu Matheus Jesus aos 16 e Bruno Henrique era motivo de preocupação permanente para a defesa tricolor.

Literalmente, o São Paulo disputava cada bola como se fosse um prato de comida e tornava complicadíssima a missão do rival, que precisava criar.

Quase todas as divididas eram para os tricolores.

Aos 32, Hernanes deu mais um gol, o que seria o terceiro, para Petros fazer, mas ele chutou na trave.

O São Paulo ganhava e merecia ganhar por mais, perante mais de 40 mil torcedores, em novo espetáculo da gente são-paulina.

Prova disso eram os seis cartões amarelos recebidos pelo Santos, que não sabia como controlar o ímpeto do rival.

Alison saiu e Serginho entrou, aos 33, porque era tudo ou nada para o Santos.

Copete entrou no lugar de Lucas Lima, em tarde opaca, e Cueva saiu para entrada de Jonathan Gómez, além de Denilson no lugar de Marcos Guilherme.

Levir Culpi fazia o que podia e Dorival Júnior saboreava doce vingança ao fazer o São Paulo jogar como o Santos gostaria e gostou quando ele esteve na Vila Belmiro.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/