O juiz de vídeo e o do STF mexem com o futebol brasileiro
A CBF resolveu de uma hora para outra antecipar para o próximo fim de semana o que estava previsto apenas para o ano que vem: o árbitro de vídeo.
Culpa do gol de Jô.
Um medida que demorou a chegar ao futebol, mas que a CBF, por adotá-la de maneira improvisada, pode desmoralizar.
Até parece que faz por gosto.
Como fez por gosto, e desmoralizou a legislação esportiva, o ministro do STF Alexandre de Moraes, ex-ministro da Justiça do governo Temer.
Ele concedeu liminar suspendendo dispositivos do Estatuto do Torcedor que puniam os clubes inadimplentes que aderiram ao Profut até com rebaixamento de divisão.
Para tanto alegou que tais dispositivos ferem a autonomia das entidades esportivas.
Ocorre que em 2012, por decisão unânime do próprio STF, com os votos então da ministra Carmem Lúcia, atual presidente do tribunal, do decano Celso de Mello, de Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Luiz Fux, Marco Aurélio Mello, ficou estabelecido que autonomia não significa soberania e que as entidades esportivas deveriam se submeter ao Estatuto do Torcedor.
O corintiano Alexandre de Moraes, quando secretário da Segurança do governo Alckmin, inventou a torcida única em São Paulo e agora legalizou o calote dos clubes, em prejuízo dos que estão em dia e a favor de quem deve para o Estado, mas paga salários nababescos a técnicos e jogadores.
Numa palavra, Moraes oficializou o doping financeiro.
O Corinthians, por exemplo, em vias de ser campeão brasileiro, deve, não nega e pagará quando puder. Ou quiser.
Porque já sabe que punido não vai ser.
Comentário para o Jornal da CBN desta terça-feira, 19 de setembro de 2017, que você ouve aqui.
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