O futebol é um cofrinho de surpresas
Estamos acostumados a imputar ao dinheiro a superioridade de clubes como o Real Madrid, Barcelona, Bayern Munique, Chelsea etc.
Às vezes, muito de vez quando, aparece um Leicester, ou um Borússia Dortmund ou um Atlético de Madrid para mostrar que não é bem assim, embora o pequeno inglês não possa nem deva ser comparado aos auri -negros alemães e nem aos colchoneros.
Daí, numa transposição meio automática de poderio financeiro e do desempenho dos três na temporada passada, Palmeiras, Flamengo e Galo foram apontados como os grandes favoritos a tudo em 2017.
O futebol jogado em campo desmentiu as previsões, embora o rubro-negro carioca ainda possa ganhar a Copa do Brasil e a Sul-Americana.
Palmeiras e Galo nem isso.
Quem brilha no Brasileirão é o endividado Corinthians, cuja direção é absolutamente caótica e não é de hoje, tanto que o time foi campeão brasileiro em 2015 atrasando salários dos jogadores graças a Tite, que soube comandar um grupo que tinha tudo para jogar de má vontade.
De certa forma, Fábio Carille o repete.
O Corinthians deve, não nega e não paga, toma bola entre as pernas a todo momento em que anuncia interesse num jogador e alguém vem e leva, mas segura a todo risco aqueles que outros querem levar e provavelmente será campeão brasileiro pela sétima vez.
O que revela duas realidades aparentemente antagônicas: não basta ter dinheiro nem é preciso ser bem administrado.
E obriga a pergunta: é justa a competição entre quem paga suas contas e quem não as paga?
Ah, é claro, o torcedor não está nem aí, só quer saber de ganhar.
Agora, imagine o dia em que algum clube brasileiro tiver dinheiro e souber administrá-lo.
O Real Madrid terá de se cuidar…
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