Estão matando o Brasileirão
Por motivos políticos e eleitorais, o calendário do nosso futebol está matando o principal campeonato do país.
Como a manutenção do poder na CBF depende do voto dos presidentes das federações estaduais, a sobrevivência de seus desimportantes campeonatos nos três primeiros meses da temporada faz com que os demais torneios se sobreponham de maneira a levar os clubes que os disputam a abrir mão do Brasileirão.
O caso do Grêmio, neste ano, fala por si só e Renato Portaluppi anunciou ontem que continuará a escalar a "garotada" no Brasileirão.
Como condenar a opção de deixar o Campeonato Brasileiro de lado pela Copa do Brasil e pela Libertadores?
É óbvio que o Brasileirão é mais importante que a Copa do Brasil e menos que a Libertadores.
Mas a primeira garante vaga na segunda caso seja conquistada.
Aí, diante de dificuldade circunstancial no Brasileirão, e de elenco curto para ser bem-sucedido em todas as competições, abre-se mão dele e dane-se.
O que explica, também , a diferença entre o futebol da Seleção e o dos clubes.
Nosso futebol definha a ponto de não termos mais que dois, no máximo três times, capazes de jogar de maneira convincente.
Clubes europeus são capazes de optar pela Liga dos Campeões em detrimento dos campeonatos nacionais.
Mas nunca optam pelas suas Copas para abandonar os campeonatos nacionais.
Como a CBF não sabe o que faz, e os grandes clubes são como vaquinhas de presépio, vivemos essa anomalia que faz do Brasileirão mais importante para quem luta para não cair do que para quem esteja no topo da tabela.
E olhe que não dá para comparar a Libertadores com a Copa dos Campeões.
E viva o Tolima, o Jorge Wilstermann e o Barcelona de Quayquil. Ou o Mazembe e o Raja Casablanca.
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