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Blog do Juca Kfouri

Flamengo perde e ganha; Cruzeiro empata e ganha

Juca Kfouri

26/07/2017 23h44

Tudo o que faltou no Mineirão, com quase 45 mil torceores, entre Cruzeiro e Palmeiras, num jogo equilibradíssimo, mas sem emoção, sobrou na Vila Belmiro entr Santos e Flamengo nos 45 minutos iniciais.

Em Belo Horizonte era o chamado jogo de xadrez.


O Cruzeiro sabia que se tomasse um gol a sua vida ficaria muito complicada.

E o Palmeiras tinha plena consciência de que se levasse o gol estaria frito.

Daí não tomar gol virou a prioridade de ambos e nem Fábio nem Jaílson tiveram trabalho.

O melhor lance do jogo, aplaudido por Mano Menezes, foi uma matada de bola de Cuca, à margem do gramado.


Em Santos, ao contrário, ainda antes do 10º minuto, Diego voltou ao palco em que nasceu para o futebol e deu um passe fabuloso para Berrío abrir o placar.

O Santos quis morrer, mas Bruno Henrique, com um golaço de fora da área e no ângulo do retornado goleiro Muralha.

Aí o Santos, que andava mais perto de sofrer o segundo gol do que de empatar, tomou conta e rondou a virada até que o assoprador de apito marcou pênalti de Réver em Bruno Henrique, para ter de voltar atrás em seguida, porque o quarto árbitro viu o lance como o lance foi: o zagueiro rubro-negro atingiu só a bola e em vez de pênalti foi só escanteio.


O Palmeiras sacou Guerra e voltou com Keno, porque precisava de gol.

O Cruzeiro voltou igual porque não tinha mesmo por que mexer.

À medida que o segundo tempo corria o jogo esquentava e, aos 25 minutos, Keno chutou de longe um rebote de Fábio, a bola desviou em Lucas Romero e  matou o goleiro: 1 a 0, o gol de que o Palmeiras precisava, 4 a 3 no placar agregado.

Brilhava a estrela de Cuca.

Saiu Dudu e entrou Tchê Tchê.

Mano Menezes que já pusera Arrascaeta em campo, pôs também Raniel, sacando Élber e Sóbis.


Aos 40, o bom lateral Diogo Barbosa cabeceou na perfeição um passe de Alisson para empatar e classificar o Cruzeiro e incendiar o Mineirão: 1 a 1, ou 4 a 4.

No fim, Arrascaeta ainda quase fez o segundo gol mineiro.

Mas nem precisou. O empate valeu como vitória.

Cruzeiro e Grêmio vão reeditar a semifinal do ano passado.


Já na Vila, com 50 segundos, Everton dribou um, levantou a cabeça e deu com açúcar para Guerrero fazer 2 a 1 para o Flamengo e liquidar a disputa pela vaga, habilitando-se a enfrentar o Botafogo nas semifinais da Copa do Brasil.

Mas Copete empatou aos 8, em falha de Muralha, e no minuto seguinte Victor Ferraz virou para 3 a 2, em outro golaço, em passe do ótimo Bruno Henrique.

O Santos precisava de mais dois gols, sem levar nenhum.

O jogo era muito bom e era dramático.

Zé Ricardo trocou Berrío por Rodinei, aos 15.

Um torniquete branco apertava o coração vermelho e preto.

Rafael Longuine substituiu Yuri e Hernandez entrou para Ricardo Oliveira sair, diante de mais de 12 mil torcedores.

Mas o Flamengo conseguia esfriar a fervura santista, além de escalar Gabriel no lugar de Everton.

Mesmo assim, aos 49, Copete ganhou de Muralha pelo alto e fez 4 a 2.

O Flamengo segurou a derrota para vencer o embate com o Santos pela vaga, mas Zé Ricardo merece ser malhado pelas escalações de Muralha, Rafael Vaz, e outros menos votados como Márcio Araújo e Gabriel.

Os paulistas Santos e Palmeiras deram adeus à Copa do Brasil.

Flamengo e Botafogo vão brigar pela finalíssima.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/