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Blog do Juca Kfouri

Pintou a final de 1977

Juca Kfouri

16/04/2017 20h53

O Corinthians deu uma aula ao São Paulo no primeiro tempo no Morumbi.

Uma aula!

Entre os novatos Rogério Ceni e Fábio Carille a vantagem do corintiano foi abissal.

Sem correr risco algum, impôs ao menos quatro chances de gol à meta tricolor.

E fez dois.

Com Jô, para variar em clássicos, aos 21 minutos, em passe na medida de Rodriguinho, e com o próprio Rodriguinho, de fora da área, no cantinho de Renan, aos 47.


O placar espelhava a superioridade de quem assumia uma proposta de jogo da qual o rival não conseguia escapar.


O São Paulo, com Cueva, perdera Wellington Nem, trocado por Cícero, mas com um e com outros esbarrava, impotente, na defesa alvinegra.

Mas mais que os gols alvinegros, a nota alta dos 45 minutos iniciais foi de Rodrigo Caio, que assumiu ter sido ele quem atingiu Renan depois que Jô levou o cartão amarelo que o tiraria do jogo da volta. Momento raro no futebol brasileiro.

O segundo tempo começou com Gilberto no lugar de Luís Araújo no time da casa.

Dois grandões tricolores contra Balbuena e Pablo, os dois grandões alvinegros, impecáveis.

Logo de cara Jadson se machucou e Clayton entrou no lugar dele.

Era clara a intenção corintiana de, num pega-ratão, matar o Majestoso.

Mas o time errava todas as tentativas de contra-ataque e Jô sofria sozinho.


Era o São Paulo com a bola, batendo no paredão, e o Corinthians se defendendo.

Aos 13, Cássio fez grande defesa em cobrança de falta batida por Maicon.

E fez outra, aos 16, em chute cruzado de Gilberto, rasteiro.

Romero errava tudo na frente e acertava tudo atrás.

Pratto jogava mal e Gilberto melhor que ele.

De certa forma, era um repeteco de São Paulo x Cruzeiro da quinta-feira.

Como estava, o Corinthians poderia perder por um gol em casa no domingo.

A Ponte Preta pode perder por dois gols de diferença no sábado.

Ou seja, pintava a repetição da famosa final de 1977, 40 anos depois.

Aos 32, Araruna se machucou e Thomas entrou em seu lugar.

Carille mexeu ao tirar Rodriguinho, gripado e no sacrifício,  e botar Camacho.

Mais que nunca ia virar ataque contra defesa.

Mas, nervoso, o time são-paulino se matava e errava demais.

Romero saiu aos 44 e Léo Jabá entrou.

Mesmo com torcida única, mais de 45 mil são-paulino, o Morumbi voltava a viver uma noite como salão de festas corintiano.

A torcida cantava "time sem vergonha"…

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/