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Blog do Juca Kfouri

Corinthians é finalista sem sofrer

Juca Kfouri

23/04/2017 17h21

O primeiro tempo em Itaquera com mais de 43 mil torcedores foi como se esperava: o São Paulo mais com a bola e o Corinthians se defendendo bem e explorando os contra-ataques.


Quem precisava de gols era o Tricolor, mas quem fez e, mesmo antes foi mais perigoso, estava de branco e preto.

Romero chutou na trave e Jô, para variar em clássicos, fez o gol, nos acréscimos, na primeira bola parada ao feitio de Jadson: 1 a 0.

Jô estaria impedido não fosse um toque, quase imperceptível,  de Pratto.


A exemplo do que acontecera no Morumbi, o gol corintiano no finzinho soava como fatal.

Lá saiu dos pés de Rodriguinho, o segundo gol.

O São Paulo tivera cinco bolas paradas e não soube aproveitá-las.

Cássio trabalhou mais que Renan, mas sem ter de fazer nenhuma defesa mais difícil.

Para o segundo tempo era o time visitante que precisaria fazer três gols. Quase um milagre.

Até então tínhamos um Majestoso equilibrado e disputado lealmente.

Os 45 minutos finais começaram quentes, lá e cá.

Chávez e Luís Araújo foram para o jogo nos lugares de Júnior Tavares e Gilberto,  aos 12.

Sobrava espaço para os anfitriões jogarem já como finalistas do Paulistinha que a Ponte Preta pode fazer valer igual ao Santo Graal, caso saia, enfim, campeã.

O São Paulo punha a bola na área (42 vezes) e as torres gêmeas alvinegras, Balbuena e Pablo, devolviam sem maiores problemas.

Aos 21 minutos o tempo deu uma fechada entre Guilherme Aranha e Thiago Mendes.

Três minutos depois, Cueva saiu e Thomaz entrou.

Aos 30, saiu Romero, entrou Léo Jabá e levou um cartão amarelo quase imediatamente.

Guilherme Arana pediu para sair e Moisés entrou, aos 34.

O assoprador de apito, banana, deixou de expulsar Wesley que, literalmente, deu um pé no saco de Jabá.

A paz virou rispidez e deslealdade dos dois lados.

Aos 38, a luta Tricolor foi recompensada com o empate obtido por Lucas Pratto, aos 38, em lançamento de Thiago Mendes.

Jô saiu e Kazim entrou.

Como contra o Inter, o Corinthians não segurou  a vitória.


Como contra o Cruzeiro, o São Paulo sai de cabeça em pé e esteve perto de virar, em cabeçada de Rodrigo Caio.

Se não é ele ser correto, Jô não estaria feito o gol, porque não teria jogado.

Thiago Mendes procurou e acabou bem expulso, aos 42.

O Corinthians vai em busca do 28º título estadual, 23 quando valia mesmo, no século passado, e cinco Paulistinhas. 

Que a Federação Paulista de Futebol não invente de fazer o primeiro jogo fora do Moisés Lucarelli, em Campinas.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/