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Blog do Juca Kfouri

Virada espetacular do Palmeiras na Vila

Juca Kfouri

19/03/2017 19h44

Há 0 a 0 e 0 a 0.

O do primeiro tempo entre Santos e Palmeiras foi espetacular.

O Santos se impôs como dono da casa, jogou melhor, quase não deixou o Palmeiras respirar, mandou duas bolas nas traves, uma com Bruno Henrique, de cabeça, outra com Ricardo Oliveira, de letra, e ainda viu Vitor Bueno furar uma bola na pequena área, sem goleiro.


Se Ricardo Oliveira fizesse o gol era para botar placa na Vila Belmiro.

Já o Palmeiras sofreu até o fim do primeiro tempo, quando, então, porque lhe sobram talentos,  criou também três chances claras de gol, todas evitadas por Vladimir, duas de Borja, outra de Mina.

O santista dirá que seu goleiro é pago pra isso e o palmeirense reagirá ao dizer que bola na trave não altera o placar.

Tudo verdadeiro, como também é verdade que se o primeiro tempo terminasse 3 a 3 estaria de bom tamanho.

Como é bom ver um jogo sem nenhum perna de pau!


Pena que para torcida única, porque era para, digamos, Pacaembu lotado. E não havia 8 mil torcedores na Vila…

O Verdão voltou com Egídio no lugar de Guerra e Zé Roberto foi para a armação.

O segundo tempo começou mais equilibrado, mais lá e cá, embora ainda com o Santos mais lá do que o Palmeiras cá.

Os dois times se preocupavam em ficar com a bola, menos francos que no primeiro tempo.

O "Clássico da Saudade", assim chamado exatamente porque nas décadas de 1950/60 era recheado de talentos e gols, merecia o orgasmo do futebol.

Que tardava.

Os goleiros impediam com muita competência.

Fernando Prass bem mais que Vladimir na etapa final.

Eduardo Baptista lançou Roger Guedes no lugar de Keno e Dorival Júnior pôs o baixinho Hernandez no lugar de Vitor Bueno, aos 26.

Até que, aos 30, não deu. Uma bola reboteada em Mina sobrou para Ricardo Oliveira, embaixo do travessão, fez o gol que o clássico e o Santos mereciam.

Willian Bigode foi imediatamente chamado para o lugar de Zé Roberto.

E aí aconteceu o inesperado para encher a bola de Eduardo Baptista.

Aos 40, Jean bateu cruzado e Vladimir tocou na bola para empatar.


Aos 42, Roger Guedes fez belíssima jogada e deu para Willian virar.

O empate teria sido mais justo, mas há que se tirar o chapéu para a resiliência alviverde.

O clássico foi tão bom que não sobrou espaço para a arbitragem.

O gol de Mina nos acréscimos na Libertadores mais essa virada tão espetacular, permite ao palmeirense dizer, com razão: "Conosco ninguém podosco!".

7

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/