Choque-Rey Dudu Tchê Tchê e Guerra!
O Choque-Rey (com "y" graças à boa sacada do diário "Lance!" porque se esperava a presença de seis jogadores que falam espanhol, embora Borja e Cueva tenham faltado no começo do clássico) foi plebeu, guerreado, mas sem emoção, até os acréscimos do primeiro tempo.
Foi aí que Egidio desarmou Buffarini, um dos castelhanos, na lateral esquerda da defesa tricolor e deu para Dudu fazer um golaço por cobertura de antes da intermediária. Sensacional!
Rogério Ceni a tudo viu bem de perto e sem poder reclamar do adiantado goleiro Denis porque, por duas vezes, em 2015, uma no mesmo estádio alviverde, outra no Morumbi, tomou gols semelhantes do então palmeirense Robinho, em março e em setembro.
Se o Choque-Rey tinha sangue verde, branco, preto e vermelho, passou a ter sangue azul, o de Dudu, que faz por merecer a atenção redobrada de Tite, tão requintado e maduro anda seu futebol desde o dia em que Cuca pôs a faixa de capitão em seu braço.
O São Paulo voltou para o segundo tempo de crista baixo, com Wellington Nem no lugar de Jucilei, e dominado pelo Palmeiras.
Em 10 minutos o Alviverde pressionou mais que em todo o primeiro tempo e, no 12º, fez mais um golaço de fora da área, desta vez com o retornado e incansável Tchê Tchê.
De nariz fraturado por um choque com Vitor Hugo, Lucas Pratto, outro gringo, não via a bola.
Do lado verde, Mina, mais um que fala espanhol, e Guerra, também, eram apenas coadjuvantes.
Borja a tudo via, poupado, no banco e Cueva fazia uma falta danada.
O atacante colombiano entrou no lugar de Willian, aos 21.
Lucas Fernandes já havia substituído João Schmidt no São Paulo.
Entre o 23º e o 24º minuto, Denis fez milagre em cabeçada de Egidio e Guerra deu o terceiro gol para Borja, que mandou por cima.
Mas no 25º, a defesa são-paulina bobeou, Denis colaborou e Borja deu para Guerra ampliar: 3 a 0.
Funcionava a dupla do Atletico Nacional e o Palmeiras bailava em seu salão, infelizmente com torcida única, embora o torcedor tricolor agradeça por não estar presente no massacre.
Para evitar uma catástrofe, Rogério Ceni sacou o atacante Luiz Araújo e pôs o volante Felipe Araruna.
Eduardo Baptista descansou Dudu e botou Keno na festa, além de Jean no lugar de Fabiano.
Só dava Palmeiras, que dava olé, diante de 36 mil torcedores.
Ao São Paulo só restava rezar.
Para o jogo acabar.
O que um gol, como o de Dudu, não é capaz de fazer.
Desmontou inteiramente o rival.
O São Paulo passou em branco pela primeira vez no campeonato e a ter, ao lado do Linense, a pior defesa, 17 gols sofridos em oito jogos, mais de dois por partida.
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