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Blog do Juca Kfouri

A biografia do grande goleiro Fernando Prass

Juca Kfouri

01/03/2017 15h33

Apresentação da editora Panda Books:

Uma história de luta e superação. Assim podemos definir esta biografia de Fernando Prass, um goleiro que seguiu seu sonho de infância e sua grande paixão: a bola. Em #Prass38, livro recém-lançado pela editora Panda Books, o jornalista Andrei Kampff narra com riqueza de detalhes a vida deste atleta, dos jogos no clube de sua adolescência em Viamão (RS) à carreira profissional que o alçou a grande ídolo do Palmeiras. Tudo isso em 38 capítulos, e não por acaso: com 38 anos, Fernando Prass foi eleito o melhor goleiro do Brasil e, depois de 38 rodadas, comemorou junto ao Palmeiras o título de campeão brasileiro.Andrei Kampff conhece Fernando Prass desde os tempos em que ele atendia por Nonô e corria atrás de qualquer bola, em Viamão. Mas o livro não é uma tabelinha entre compadres, e Kampff fez questão de esclarecer isso a Prass logo na primeira entrevista. Com muito profissionalismo, ele deixa de lado a amizade para dissecar a formação de um goleiro vencedor, que superou fronteiras, passando de jogador para ídolo e de ídolo para herói. Contradições, deslizes, mancadas e brigas não ficam de fora da biografia, tornando a figura do atleta maior e mais real. Ao longo de mais de cem horas de entrevistas com 52 pessoas, Kampff descobriu fatos inéditos e curiosos, brigas, dramas pessoais e até o caso de uma invasão a uma funerária.


A trajetória de Prass começa em Viamão – cidade com nome sugestivo para quem usaria as mãos como instrumento principal de trabalho. O pai de Nonô, atento às habilidades atléticas do menino, queria que ele investisse no tênis. Mas nada feito – seu negócio era com uma bola um pouquinho maior. Estreou no futebol como jogador da Associação Atlética Independente, time mantido por pais de meninos do bairro. Atuava como volante, até o dia em que o goleiro faltou, o que obrigou o técnico a decretar um rodízio dos demais jogadores no gol. Quando chegou a vez de Nonô, acabou a festa para o time adversário, que não conseguiu mais fazer balançar a rede. Da maturidade e energia de um garoto de nove anos, nascia um grande goleiro.

Passo a passo, o leitor é apresentado aos principais fatos que marcaram a passagem do atleta por times como Grêmio, Francana, do interior de São Paulo, Vila Nova, de Goiás, Coritiba, União Leiria, de Portugal, e Vasco da Gama, até a chegada ao Palmeiras, no final de 2012, um ano depois da saída do ídolo Marcos. Aos 38 anos, depois de uma longa e esforçada carreira, o futebol deu a Fernando Prass, quase que simultaneamente, sua maior alegria e sua maior tristeza: pouco depois de, pela primeira vez, ter sido convocado para a Seleção Brasileira, uma lesão no cotovelo tirou sua chance de defender o Brasil. Fernando Prass ficaria de fora dos Jogos Olímpicos Rio 2016, logo após ter se tornado o jogador mais velho a ser chamado para uma Seleção Olímpica Brasileira. "O sofrimento do goleiro ao se machucar e não participar das Olimpíadas não foi só dele e dos familiares, atingiu a todos", diz o jornalista Mauro Naves, grande admirador de Prass, em depoimento que ocupa a orelha do livro.
Ao mesmo tempo em que conta histórias, o autor esmiúça a personalidade do atleta, justificando suas famas de ciumento e pão-duro: Prass sempre implicou com os namorados da irmã Ana Paula, e chegava de mãos vazias aos lanchinhos comunitários do time de Francana, onde jogou em 2000. Ao longo de todos os capítulos, Andrei Kampff encaixa detalhes sobre a lesão, a cirurgia e a recuperação do goleiro, dando o devido destaque a essa recente e dramática fase da vida de Prass. Depois de ficar fora 22 rodadas fora do último Campeonato Brasileiro, o atleta finalmente voltou ao Palmeiras na partida contra a Chapecoense, ajudando a dar ao time paulista o nono título. Depois de superar grandes obstáculos, terminou 2016 aos 38 anos como o melhor goleiro do Brasil.
TRECHO
"Sim, ele estava pronto para voltar, ainda em 2016, contrariando todas as previsões. Faltando apenas três dias para completar quatro meses de ausência, ele voltou depois de fraturar o sonho de toda uma vida. E foi muito mais emocionante do que na imaginação e desejos do goleiro."
O AUTOR

Andrei Kampff é formado em direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e em jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica. Trabalhou na TVE, Rádio Cidade, RBSTV e, desde 2003, é repórter especial da TV Globo. Nasceu em Porto Alegre, mas hoje fica mais tempo em São Paulo.
240 pp. | R$ 39,90

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/