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Blog do Juca Kfouri

E não é que foi fácil?

Juca Kfouri

10/11/2016 23h16

A Argentina tinha a bola, mas não sabia bem o que fazer com ela.

E faltas, embora logo de cara tenha sido Fernandinho quem levou um cartão amarelo em lance normal com Messi.

Paulinho passou a seguir o gênio mais de perto.

Alisson teve de fazer uma grande defesa em bola chutada de fora da área e, aos 24, pela primeira vez Philippe Coutinho saiu da direita onde não está habituado a jogar e tabelou pela esquerda com Neymar, para pegar um tirambaço que estufou a rede argentina no Mineirão.

A Argentina voltou a ficar mais com a bola e o time nacional mostrava que sabe sofrer.


Só que eficácia conta muito e depois de Neymar chutar uma bola na trave, bola que, diga-se, ele deveria ter passado para trás onde dois brasileiros esperavam para fazer o gol, Gabriel Jesus, que pouco fizera, ganhou de Otamendi e pôs Neymar na cara do gol para fazer 2 a 0.

Eficácia é isso. 

Em busca disso, Aguero veio para o jogo no segundo tempo, no lugar de Pérez.

Edgardo Bauza tirou o paletó e deixou a gravata no vestiário.

Tite seguia plácido, sem aquelas caretas de Dunga que só passavam tensão.

O tempo final começou no mesmo diapasão.


O jogo estava longe de ser o que as duas escolas de futebol são capazes de produzir, mas era disputado lealmente e daquele jeito que torna o erro fatal.

E numa bobeada argentina, aos 9, Paulinho perdeu o terceiro gol brasileiro.

Noutra, Paulinho, não perdeu e o Brasil de Tite, de novo, goleava, aos 14.

Não era jogo para um placar tão elástico, mas era o placar elástico do jogo.

O  99º clássico da América estava 38 a 36 para o time brasileiro.

E o Mineirão cantava que o campeão voltou!

A partir do 20º minuto o jogo passou a ficar perigoso.


Os brasileiros queriam brincar e os argentinos não estavam para brincadeira.

O quarto gol era iminente diante de uma argentina perplexa e tomando olé. 

Mais de 53 mil torcedores se divertiam a valer.  

Quantos deles estiveram no Mineirão quando…? Deixa pra lá…

Dava para ter feito 5 a 0!

Notas

Alísson, muito bem quando chamado a intervir, 8;

Daniel Alves, discreto e responsável, 7;

Miranda, seguro, mas faltoso, 6,5;

Marquinhos, parece um veterano, 7;

Marcelo, talento em estado puro, 7;

Fernandinho, prejudicado pela arbitragem, ficou um pouco tímido, 6,5;

Paulinho, um partidaço, um gol e ainda tirou uma lasquinha de Messi. Surpreendente, 7,5;

Renato Augusto jogou corretamente, 6,5;

Philippe Coutinho fez um golaço e ficou à vontade, 7;

Gabriel Jesus pegou pouco na bola. mas quando pegou…, 7;

Neymar, o melhor em campo, 8;

Firmino entrou e perdeu gol feito, 5;

Douglas Costa, sem tempo, sem nota, como Thiago Silva;

Tite, cinco jogos, cinco vitórias, 15 gols, 3 a 0 na Argentina. 8.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/