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Blog do Juca Kfouri

A Praça Vermelha está quase verde e amarela

Juca Kfouri

16/11/2016 02h05

Antes que a Seleção Brasileira entrasse em campo nesta madrugada, os quatro mandantes haviam vencido seus jogos pela 12ª rodada das eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo na Rússia.

A Bolívia batera o Paraguai por 1 a 0, o Equador ganhara da Venezuela por 3 a 0, o Chile vencera o Uruguai por 3 a 1 e a Argentina despachara a Colômbia por 3 a 0, com show de Messi.

Cabia ao Peru, em Lima, manter a escrita e, ao Brasil, quebrá-la.

Pois a quebrou.


Quando terminou o primeiro tempo o Peru não mantinha a escrita e o Brasil já a quebrava, mas pela metade, porque o jogo estava em empate, sem gols.

Verdade que os anfitriões assustaram no primeiros minutos, quando Cueva foi puxado na área por Daniel Alves, sem que o pênalti fosse marcado e, em seguida, a trave brasileira salvou o que seria o primeiro gol peruano.

Mas não demorou e a Seleção de Tite passou a cozinhar o Peru, ao quebrar o ritmo do jogo, ficar mais com a bola e a criar pelo menos duas ótimas chances de gol com Paulinho e Fernandinho, ambas saídas dos pés de Neymar.

No fim, Gabriel Jesus foi abraçado na área e o soprador de apito também não marcou nada.


O segundo tempo seguia no mesmo ritmo até que, aos 12 minutos, o menino Gabriel Jesus, como se tivesse 33 anos, fez 1 a 0, numa bola que espirrou para ele em jogada de Philippe Coutinho.


O Peru foi para pressão, quase empatou, tomou uma bola no travessão chutada por Neymar e descobriu que não tem asa para chegar à Rússia.

Porque, aos 33, Gabriel Jesus deu com cachaça para Renato Augusto matar o Peru: 2 a 0.

Só o Brasil ganhou como visitante e Paulinho ainda quase fez o terceiro gol.

A Praça Vermelha, em Moscou,  está ficando verde e amarela.

Mais um pontinho, em seis jogos, e a Seleção estará na Copa do Mundo.

Para a Rússia, com bom futebol.

NOTAS

Alisson quando acionado foi bem: 7;

Daniel Alves, em seu 99º jogo pela Seleção, esbanjou categoria: 7,5;

Miranda é sinônimo de segurança: 7,5;

Marquinhos não fica atrás do parceiro: 7,5;

Filipe Luís foi discreto: 6,5;

Fernandinho quase fez gol de cabeça: 7;

Paulinho mais uma vez foi bem: 7;

Renato Augusto foi ponta-direita e artilheiro: 7,5;

Philippe Coutinho é um azougue: 7,5;

Gabriel Jesus é a melhor notícia de 2016: 8;

Neymar, comparado com ele mesmo, foi normal: 7;

Douglas Costa e William entraram no fim, para suar. São duas baitas opções. Sem nota.

Tite é a segunda melhor notícia do ano. Inventou de trocar Renato Augusto com Philippe Coutinho e deixou o time peruano constantemente em impedimento nas bolas paradas, ao tirar a defesa da área. Seis jogos, seis vitórias, 17 gols marcados, apenas um gol sofrido e gol contra, de Marquinhos, para Colômbia. Quer mais? Nota 8.

Comentário para o Jornal da CBN desta quarta-feira, 16 de novembro de 2016, que você ouve aqui.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/