Cheiro verde no Brasileirão e Galo surrupiado
Dos três primeiros tempos que envolviam os três pretendentes ao título, futebol de qualidade só na Ilha do Governador, embora atrapalhado pelo assoprador de apito.
Em Floripa, Figueirense e Palmeiras fizeram 45 minutos esquecíveis, num jogo truncado com apenas dois lances de emoção, numa falta em que a bola desviou na barreira e Jaílson voltou a tempo para defendê-la e noutra, no finzinho, em Ayrton salvou na linha fatal o que seria gol de Gabriel Jesus.
Em Porto Alegre, o Flamengo começou melhor que o Inter, permitiu que o Colorado equilibrasse e Alex Muralha acabou mais acionado que Danilo Fernandes, mas nada que significasse vantagem de um sobre outro.
Já na Ilha do Governador, o Botafogo foi para cima do Galo desde o início, jogou melhor e fez dois gols.
O primeiro com bola parada na mão de Bruno Silva, aos 5, o segundo de Rodrigo Pimpão, belíssimo, em virada de jogo da direita para esquerda e o chute de primeira pelo botafoguense.
Houve ainda uma bola no braço do zagueiro carioca Emerson não assinalada pelo assoprador.
O assoprador argumentará que foi coerente, porque considerou os dois lances como não intencionais, ou seja, como bolas nas mãos.
Melhor teria sido se sua coerência assinalasse as duas faltas.
Aí, convertido o pênalti, os mineiros sairíam na frente…
Mas perdiam por 2 a 0 no intervalo e viam a taça ficar ainda mais longe.
Os segundos tempos, em temperatura mais amena, foram outra história.
O Palmeiras começou na pressão, criou três boas chances e Gabriel Jesus tomou uma cotovelada na área, o pênalti foi marcado e Jean abriu o placar para o líder.
Antes do pênalti, Réver fez, de cabeça, 1 a 0 para o Flamengo no Beira-Rio, aos 11 e o rubro-negro liderou o Brasileirão por meio minuto.
O Inter foi para cima e Sasha empatou aos 20, ele que havia substituído Ferrareis.
E o Galo, com Fred, que deveria ter sido expulso por deixar o cotovelo em Emerson, diminuiu para o Galo, e viu, em seguida, em jogada espetacular pela direita, Otero atingir a trave botafoguense.
Só dava Galo, com Pratto no lugar de Clayton, e o Botafogo especulava nos contra-ataques.
Victor deu uma furada e Camilo perdeu o gol mais feito do jogo, aos 20.
Estava difícil acompanhar três jogos ao mesmo tempo…
Leonardo Silva, de cabeça, em escanteio, fez 2 a 2, aos 24, no Rio de Janeiro, e Alex Muralha se virava no Rio Grande do Sul.
No Orlando Scarpelli o dia virou noite e até que os refletores fossem acesos o blogueiro teve um alívio, um olho no Mengo, outro no Galo.
Mas só dava Inter no sul.
A luz se fez em Santa Catarina e com ela um pênalti de Egídio em Rafael Silva não marcado pelo assoprador.
Melhor ainda para o Palmeiras, que em rebote de Muralha, Vitinho virou para o Inter, aos 35.
E ainda melhor: em ótima jogada de Gabriel Jesus, a bola reboteou e Jean ampliou: 2 a 0 e quatro pontos à frente do Flamengo.
Cheiro verde.
Que quis cheirar queimado quando Jaílson saiu mal do gol e Rafael Silva diminuiu: 2 a 1, aos 42.
Mas não.
E o Inter saiu da ZR e o Botafogo permaneceu no G6 quando, aos 45, Dudu Cearense aparou de cabeça outro escanteio e fez 3 a 2.
Não era justo com o Galo, mas é o futebol e os assopradores de apito.
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