Casa que não tem pão, todos brigam e ninguém tem razão
O presidente do Senado, Renan Calheiros, chamou o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, de "chefete de polícia".
A Polícia Militar do Rio acusou a torcida do Corinthians de covardia e a direção do Corinthians chamou a PM carioca de covarde.
Tudo por causa da briga entre corintianos, PMs e flamenguistas anteontem no Maracanã.
O "chefete de polícia", quer dizer, o ministro da Justiça, quando secretário da Segurança em São Paulo, foi quem instituiu os clássicos de torcida única no Estado.
A briga no Maracanã provavelmente aumentou a convicção dele de que duas torcidas diferentes não podem conviver no mesmo estádio.
E o que fez a dita justiça esportiva?
Proibiu a torcida uniformizada do Corinthians de acompanhar o time nos jogos fora de São Paulo, além de fechar o setor norte do estádio de Itaquera, o que é frequentado por tais torcedores.
Sabe o que vai acontecer?
Eles vão ocupar outro setor do estádio e expulsar o torcedor comum, e pacífico, da área que costuma frequentar.
Resumo da ópera: em casa que não tem pão, todos brigam e ninguém tem razão.
Ou, em outras palavras, as autoridades brasileiras, dos governos e do futebol, não têm a menor ideia de como resolver o problema da violência de torcidas.
E nem é tão complicado assim. Bastaria punir os violentos e bani-los dos estádios.
Comentário para o Jornal da CBN desta terça-feira, 25 de outubro de 2016, que você ouve aqui.
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