Topo

Blog do Juca Kfouri

Surgem as primeiras zebras das finais da Copa do Brasil

Juca Kfouri

24/08/2016 23h41

O Morumbi recebeu um jogo repleto de simbolismos.

O São Paulo, que jamais venceu a Copa do Brasil, o título que lhe falta, contra o Juventude, campeão do torneio em 1999.

No banco paulista, Ricardo Gomes de volta ao estádio.

No gaúcho, Antônio Carlos, campeão pelo São Paulo, como zagueiro, do Brasileirão de 1991 e da Libertadores de 1992.


 E no primeiro ataque do Juventude, Roberson, chutou livre entre Denis e a trave e abriu o placar, aos 8 minutos, em bola defensável, uma pena para o goleiro que vinha bem nos últimos jogos.

Gol qualificado que pode fazer a diferença em Caxias do Sul, onde qualquer jogo é dureza.

Como nos primeiros oito minutos, os seguintes após o gol foram quase todos do Tricolor, mas pouco ameaçadores, ao contrário dos raros ataques gaúchos que, por duas vezes, quase ampliou, a primeira por pouco não virou gol contra de Lyanco.

Rodrigo Caio, que fez uma Olimpíada perfeita, estava fora, na Itália, para tratar de seu passaporte europeu.

Mas água mole em pedra dura…tanto bate que aos, 40, Carlinhos, que vinha sendo vaiado pela pequena torcida (6 mil torcedores) na fria noite paulistana, pôs a bola na cabeça do portenho Chávez e o centroavante empatou, para melhorar as perspectivas do segundo tempo.

Revoltado, Carlinhos em vez de comemorar, cobrou os torcedores e passou a ser apupado por parte deles sempre que pegava na bola.

Sem dúvida, trata-se de um modo estranho de torcer do brasileiro.

Carlinhos, no intervalo, não fugiu da polêmica: "Eu apenas pedi que apoiassem como estavam vaiando, só isso", disse.

Michel Bastos veio para o jogo, no lugar de João Schmidt.

O jogo recomeçou com cheiro de virada. Só dava Tricolor, mesmo que aos trancos e barrancos.

Mas aos 28, depois de uma boa pontada gaúcha, em seguida, Lucas, que acabara de entrar, foi derrubado por Thiago Mendes na área e Roberson fez 2 a 1, bola de um lado, Denis do outro.

Kelvin saiu e Gilberto entrou para buscar o empate.

Nem bem entrou e Gilberto sofreu uma falta que levou o zagueiro Ruan a ser expulso de campo.

O São Paulo tinha 10 minutos para, ao menos empatar e Luiz Araújo entrou no lugar de Hudson.

Mas não deu e foi decretada a primeira zebra das finais da Copa do Brasil, que permite ao Juventude perder por 1 a 0 em Caxias.


No Mineirão, Atlético Mineiro e Ponte Preta disputaram sua 25ª partida desde 1970, diante de 15 mil torcedores.

E como sempre diz o ex-presidente do Galo, Alexandre Kalil, a Ponte é o adversário que mais o incomoda, tanto que nos 24 jogos anteriores houve 11 vitórias mineiras, seis campineiras e sete empates, mais de 50% dos resultados não foram o que a diferença entre eles sugere.

Quando o primeiro tempo terminou a Macaca ia conseguindo sua sétima vitória, gol de Roger, aos 38.

Menos mal que, aos 18 do segundo tempo, Robinho, sempre ele, aproveitou boa jogada de Maicossuel e empatou.

O Galo perdeu Rafael Carioca, machucado, e ficou com 10, pois já havia feito as três substituições. Má notícia para Tite.

No segundos finais a Macaca também ficou com 10, ao perder Douglas Grolli expulso.

Estava decretado o oitavo empate entre ambos e a Ponte jogará pelo 0 a 0 em Campinas.

Duas zebras na mesma noite.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/