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Blog do Juca Kfouri

Maicon entrega o ouro. Agora, só um milagraço

Juca Kfouri

06/07/2016 23h39

Jogo tenso no Morumbi. Uma fósforo aceso explodiria o estádio.

Era o esperado.

Denis não teve nenhum trabalho, ao contrário do goleiro colombiano Armani que fez uma defesa segura em chute de Thiago Mendes e outra, dificílima, num tirambaço de Michel Bastos.

O São Paulo se impunha como dono da casa e o Atletico Nacional buscava quebrar o ritmo tricolor, mas pouco ameaçava.

Paulo Henrique Ganso e Kelvin faziam falta, um para pensar o jogo e enfiar aquelas bolas que quebram o sistema defensivo do adversário.

O outro para dar rapidez e malícia ao ataque brasileiro.


O primeiro tempo terminou sem gol e o segundo prometia mais tensão e sofrimento.

O jogo seguiu incruado no segundo tempo.

Aos 12 minutos, calafrios no Morumbi, com o pé salvador de Maicon impedindo o gol colombiano.

Na cobrança do escanteio, bola no travessão brasileiro.

Novo ataque do Atletico Nacional e Denis fez defesa providencial.

Aos 15, entrou o bom venezuelano Alejandro Guerra no lugar de Ibargüen.

E, aos 17, Alan Kardec no lugar de Ytalo.

Os visitantes ja estavam mais à vontade no jogo, embora felizes com o empate, e os anfitriões não ameaçavam.

Aos 25, Edgardo Bauza tirou João Schimidt e pôs Daniel para jogar.

Aos 26, numa vacilada colombiana, Michel Bastos teve a primeira chance, mas Armani não deixou.

Aí, veja o que é o futebol.


O capitão Maicon empurrou Borja, aos 28, e foi expulso, bem ele que custou tanto (22 milhões de reais) para renovar e que estará ausente do jogo da volta. 

Um exagero, mas, em Libertadores, os assopradores de apito, que falam "Brassil", não perdoam.

Então, o jogo ficou ao feitio do time de Medellín, capaz de fazer valer com toque de bola a superioridade numérica.

E Hudson entrou no lugar de Wesley, aos 35.

O São Paulo passou a fazer o chamado jogo de segurança, no qual não perder era mais importante que vencer.

Mas não deu.

Aos 36, em cinco toques pelo meio da defesa são-paulina, Borjas fez 1 a 0, oito minutos depois da expulsão.

Ah, Maicon!

O Atlético Nacional escondeu a bola e tomou conta do fim do jogo.

Aos 42, mais uma troca de bolas e Marlos Moreno deu de calcanhar para Borja ampliar: 2 a 0.

Agora, na semana que vem, só mesmo dessas coisas que apenas o futebol é capaz.

Uma pena, porque com o 0 a 0 seria duríssimo, mas daria.

Agora, tão melhor como é o time colombiano, e com tantos desfalques do lado brasileiro, só mesmo um milagre.

Um milagraço.

Ah, Maicon…

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/