Maicon entrega o ouro. Agora, só um milagraço
Jogo tenso no Morumbi. Uma fósforo aceso explodiria o estádio.
Era o esperado.
Denis não teve nenhum trabalho, ao contrário do goleiro colombiano Armani que fez uma defesa segura em chute de Thiago Mendes e outra, dificílima, num tirambaço de Michel Bastos.
O São Paulo se impunha como dono da casa e o Atletico Nacional buscava quebrar o ritmo tricolor, mas pouco ameaçava.
Paulo Henrique Ganso e Kelvin faziam falta, um para pensar o jogo e enfiar aquelas bolas que quebram o sistema defensivo do adversário.
O outro para dar rapidez e malícia ao ataque brasileiro.
O primeiro tempo terminou sem gol e o segundo prometia mais tensão e sofrimento.
O jogo seguiu incruado no segundo tempo.
Aos 12 minutos, calafrios no Morumbi, com o pé salvador de Maicon impedindo o gol colombiano.
Na cobrança do escanteio, bola no travessão brasileiro.
Novo ataque do Atletico Nacional e Denis fez defesa providencial.
Aos 15, entrou o bom venezuelano Alejandro Guerra no lugar de Ibargüen.
E, aos 17, Alan Kardec no lugar de Ytalo.
Os visitantes ja estavam mais à vontade no jogo, embora felizes com o empate, e os anfitriões não ameaçavam.
Aos 25, Edgardo Bauza tirou João Schimidt e pôs Daniel para jogar.
Aos 26, numa vacilada colombiana, Michel Bastos teve a primeira chance, mas Armani não deixou.
Aí, veja o que é o futebol.
O capitão Maicon empurrou Borja, aos 28, e foi expulso, bem ele que custou tanto (22 milhões de reais) para renovar e que estará ausente do jogo da volta.
Um exagero, mas, em Libertadores, os assopradores de apito, que falam "Brassil", não perdoam.
Então, o jogo ficou ao feitio do time de Medellín, capaz de fazer valer com toque de bola a superioridade numérica.
E Hudson entrou no lugar de Wesley, aos 35.
O São Paulo passou a fazer o chamado jogo de segurança, no qual não perder era mais importante que vencer.
Mas não deu.
Aos 36, em cinco toques pelo meio da defesa são-paulina, Borjas fez 1 a 0, oito minutos depois da expulsão.
Ah, Maicon!
O Atlético Nacional escondeu a bola e tomou conta do fim do jogo.
Aos 42, mais uma troca de bolas e Marlos Moreno deu de calcanhar para Borja ampliar: 2 a 0.
Agora, na semana que vem, só mesmo dessas coisas que apenas o futebol é capaz.
Uma pena, porque com o 0 a 0 seria duríssimo, mas daria.
Agora, tão melhor como é o time colombiano, e com tantos desfalques do lado brasileiro, só mesmo um milagre.
Um milagraço.
Ah, Maicon…
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