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Blog do Juca Kfouri

São Paulo sai na frente

Juca Kfouri

11/05/2016 23h43

O exame dos primeiros 45 minutos do clássico entre São Paulo e Atlético Mineiro comporta uma constatação: não era um jogo de quartas de final de Libertadores; era um jogo de Carcereiros, que aprisionavam o futebol.

Nada menos de sete cartões amarelos, cinco para o Galo, dois para o Tricolor.


Cartões que tirarão Rafael Carioca e Júnior Urso do jogo de volta.

Lance de perigo?

Nenhum, a não ser aquele que pegou Pratto em claro impedimento.

Para piorar, Robinho, um dos poucos que tentavam jogar, teve de sair aos 35 minutos, trocado por Hyuri.

E o São Paulo sentia a falta de Michel Bastos, outro que provavelmente estaria em campo para jogar futebol, mas estava no banco, fora de suas melhores condições físicas.

O Galo de Aguirre amarrava o jogo com três volantes.


O São Paulo de Bauza não conseguia jogar.

Havia dois times brasileiros em campo, mas parecia haver um argentino e outro uruguaio. Pau puro.

Lotado, com mais de 61 mil torcedores, o Morumbi merecia coisa muito melhor e DENIS e Victor quase não trabalharam.


A expectativa para o segundo tempo era de que houvesse futebol.

Mas era quase certo que haveria expulsões.

Logo aos 3 minutos, o oitavo cartão, terceiro do São Paulo.

O Galo, no entanto, começou mais ofensivo, impondo o ritmo.

A bola queimava nos pés tricolores.

A torcida começou a pedir, aos 15, a entrada de Michel Bastos, no que foi prontamente atendido por Bauza.

Aos 17 ele já estava em campo, no lugar de Kelvin, e logo depois de Ganso ter acionado duas vezes o ataque com perigo.

Aos 18, o nono cartão, sexto do Galo.

Mesmo longe de ser brilhante, a etapa final era melhor em 20 minutos do que os 45 iniciais.

Aos 23, Thiago Mendes deu lugar para Wilder. 

Era Bauza buscando o xeque-mate ao trocar um meio campista por um atacante.

Se a primeira metade do segundo tempo havia sido mineira, a segunda era paulista, mas Maicon teve de sair e Lugano entrou em seu lugar.

Aos 32, 10! 

Dez cartões amarelos, o sétimo do Galo.


Melhor!

Ainda aos 32, Wesley bateu falta pela esquerda, Michel Bastos subiu e abriu o placar!


Pior!

Na comemoração, cedeu uma grade do estádio e cerca de 15 torcedores caíram no fosso.

O jogo ficou parado por cinco minutos.

Tardiamente, Aguirre pôs Clayton no lugar de Patric.

Patón Bauza, bicampeão da Libertadores, vencia Diego Aguirre, atrás de seu primeiro título.

O São Paulo joga pelo empate no Horto contra o Galo sem Rafael Carioca e sem Júnior Urso.

O Tricolor ganhou sua oitava partida seguida no Morumbi pela Libertadores.

A última derrota havia sido exatamente contra o Galo, em 2013.

No nono jogo entre ambos pela Libertadores, foi a segunda vitória paulista, contra quatro mineiras.

E você sabe: o São Paulo joga pelo empate em BH; qualquer gol que faça poderá perder por um tento de diferença.

Tomara que tenhamos melhor futebol.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/