Santa Cruz passa frio e toma calor da Chap
O jogo corria com a bola nos pés da Chapecoense e com o Santa Cruz fechado, segurando a onda como visitante.
Quando o 40º minuto se aproximava com cara de 0 a 0, um cruzamento pela esquerda do ataque pernambucano encontrou a cabeça de certeira de Arthur e o líder do Brasileirão abriu o marcador.
Foi a primeira conclusão a gol do Santa que, antes, havia feito um pênalti quando o zagueiro Alemão meteu a mão na bola e o assoprador de apito não viu.
No Recife, a 3.500 quilômetros do palco do jogo em Santa Catarina, a massa Cobra Coral comemorava, a maioria sem ter a menor ideia do que são os 15ºC enfrentados por seus jogadores em Chapecó.
Só mesmo no curta-metragem "Recife frio", do excelente diretor Kleber Mendonça Filho, o recifense sabe o que é isso, pois a temperatura mais baixa da capital pernambucana aconteceu em 1955, quando os termômetros marcaram 17,1ºC.
Essa, por sinal, é uma outra desvantagem que os times nordestinos enfrentam no Brasileirão, além da diferença de investimento: viagem curta só entre Recife e Salvador e vice-versa.
No segundo tempo, o Santa Cruz deu e sentiu calor.
Logo aos 6 minutos, em contra-ataque, o Santa teve ótima chance e, aos 15, tomou uma bola no cocoruto do travessão.
No contra-ataque, Wallyson chutou em cima do goleiro Danilo em vez de passar para Grafite que vinha livre para arrematar.
Mas incrível mesmo, entre os 6 e 15 minutos, foi a oportunidade que Grafite perdeu, ao adiantar a bola em lance que lhe daria o sétimo gol no campeonato.
Milton Mendes, o técnico do Tricolor, ousou.
Ousou ao optar por ser pressionado durante todo o jogo e acabou por se dar mal com postura tão humilde, perante 4.734 torcedores, público decepcionante e o menor do sábado.
No empate entre América e Cruzeiro, 1 a 1, foram 11.266, e na vitória do Furacão sobre o Figueirense, 2 a 1, foram 10.479.
Afinal, a Arena Condá tem capacidade para 22 mil pessoas e a campanha da Chap mereceria mais gente, até para poder comemorar o empate, aos 38, em gol contra de Thiago Costa, de costas, em cruzamento pela esquerda e bola disputada com o atacante catarinense Lucas Gomes.
A dupla Gre-Nal pode ultrapassar o Santinha amanhã, assim como o Palmeiras.
O Grêmio recebe o Coritiba, o Inter visita o Santos e o Palmeiras enfrenta o São Paulo no Morumbi.
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