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Blog do Juca Kfouri

Santa Cruz passa frio e toma calor da Chap

Juca Kfouri

28/05/2016 22h54

O jogo corria com a bola nos pés da Chapecoense e com o Santa Cruz fechado, segurando a onda como visitante.

Quando o 40º minuto se aproximava com cara de 0 a 0, um cruzamento pela esquerda do ataque pernambucano encontrou a cabeça de certeira de Arthur e o líder do Brasileirão abriu o marcador. 


Foi a primeira conclusão a gol do Santa que, antes, havia feito um pênalti quando o zagueiro Alemão meteu a mão na bola e o assoprador de apito não viu.

No Recife, a 3.500 quilômetros do palco do jogo em Santa Catarina, a massa Cobra Coral comemorava, a maioria sem ter a menor ideia do que são os 15ºC enfrentados por seus jogadores em Chapecó.

Só mesmo no curta-metragem "Recife frio", do excelente diretor Kleber Mendonça Filho, o recifense sabe o que é isso, pois a temperatura mais baixa da capital pernambucana aconteceu em 1955, quando os termômetros marcaram 17,1ºC.

Essa, por sinal, é uma outra desvantagem que os times nordestinos enfrentam no Brasileirão, além da diferença de investimento: viagem curta só entre Recife e Salvador e vice-versa.

No segundo tempo, o Santa Cruz deu e sentiu calor.

Logo aos 6 minutos, em contra-ataque, o Santa teve ótima chance e, aos 15, tomou uma bola no cocoruto do travessão.

No contra-ataque, Wallyson chutou em cima do goleiro Danilo em vez de passar para Grafite que vinha livre para arrematar.

Mas incrível mesmo, entre os 6 e 15 minutos, foi a oportunidade que Grafite perdeu, ao adiantar a bola em lance que lhe daria o sétimo gol no campeonato. 

Milton Mendes, o técnico do Tricolor, ousou. 

Ousou ao optar por ser pressionado durante todo o jogo e acabou por se dar mal com postura tão humilde, perante 4.734 torcedores, público decepcionante e o menor do sábado.

No empate entre América e Cruzeiro, 1 a 1, foram 11.266, e na vitória do Furacão sobre o Figueirense, 2 a 1, foram 10.479.

Afinal, a Arena Condá tem capacidade para 22 mil pessoas e a campanha da Chap mereceria mais gente, até para poder  comemorar o empate, aos 38, em gol contra de Thiago Costa, de costas, em cruzamento pela esquerda e bola disputada com o atacante catarinense Lucas Gomes.

A dupla Gre-Nal pode ultrapassar o Santinha amanhã, assim como o Palmeiras.

O Grêmio recebe o Coritiba, o Inter visita o Santos e o Palmeiras enfrenta o São Paulo no Morumbi.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/