Por que um diretor da CBF recebe orientação do presidente do Senado
O presidente do Senado, Renan Calheiros, em mais uma conversa gravada e vazada, orienta um tal Vandenberg a como proceder para que Delcídio do Amaral se dê bem no Conselho de Ética da casa, em evidente ato de advocacia administrativa.
O tal Vandenberg é Vandenberg Sobreira Machado (foto), diretor de Assuntos Legislativos da CBF, desde os tempos de Ricardo Teixeira lobista da entidade, funcionário aposentado do Senado há 15 anos, embora tenha assessorado Calheiros em 2007 e seu homem de confiança.
Calheiros tem paralisado os trabalhos da CPI do Futebol a pedido dos senadores Romero Jucá e Ciro Nogueira e indicou a Delcídio do Amaral o advogado para defendê-lo no Conselho de Ética do Senado, por coincidência, Luís Henrique Sobreira Machado, filho de Vandenberg, que advoga também, por indicação de Marco Polo Del Nero, para sua ex-namorada, Carolina Galan.
A CPI do Futebol emperrou quando convocou para depor, além de Marco Polo Del Nero, Ricardo Teixeira, o correligionário de Calheiros nas Alagoas, Gustavo Feijó, vice-presidente da CBF, e o empresário Wagner Abrahão.
Calheiros reconheceu que não houve irregularidades nas convocações, mas sentou em cima da decisão de votá-las em plenário depois que a Comissão de Justiça deu sinal verde para que os convocados fossem ouvidos.
A pergunta que se respondida complicará a vida de Calheiros é esta: por que ele orienta, na frente do delator Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, um diretor da CBF, sem função no Senado, para livrar Delcídio do Amaral?
O Brasil quer saber.
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