Com golaço de Nenê, Vasco perde 100% para o "novo" Audax
Eis que o Vasco veio jogar na Arena Barueri, de gramado impecável, mesmo sob forte chuva.
O adversário era o Oeste, de Fernando Diniz, bola de pé em pé, mas, é claro, ainda em busca do que fez o Audax, vice-campeão paulista.
Quando o jogo recém começara, bola na área do Oeste, um zagueiro, apertado, achou de rifar a bola para o meio de campo, em vez de abrir na lateral.
Vai ouvir de Fernando Diniz.
Porque a bola viajou alta e caiu nos pés de Yago Pikachu, que a devolveu, de primeira, em direção de Nenê, camisa 10 às costas, na entrada da área.
Foi assim como se ele estivesse na zona de três pontos do basquete, usasse a camisa 30 e se chamasse Stephen Curry.
Aparentemente sem esforço, como se fosse o gênio americano do Warriors, Nenê deixou a bola quicar no gramado e pegou, também de primeira, para fazer o gol, aos 23 segundos, simplesmente maravilhoso, apenas prejudicado porque em vez de estufar a rede, bateu no ferro e voltou.
Assim como uma ferroada, uma anestesia.
O jogo poderia ter acabado ali, ou, no mínimo, exigido que quem pagou para vê-lo saísse (3.187 torcedores) do estádio e pagasse novo ingresso.
Mas não.
O jogo continuou e, aí sim, como se o Oeste já fosse o Audax.
Duas vezes o time que mora em Itápolis, a 360 quilômetros de São Paulo, mas joga em Barueri, a 33, quase empatou, numa delas em chute à queima-roupa no rosto do goleiro Jordi.
Aos 30, no rebote de outro quase gol, Francisco Alex bateu seco, embora na bola molhada, de fora de área, e empatou.
Chovia canivetes quando, aos 35, Nenê quase desempatou, numa bola bem mais fácil que a de seu gol.
Nenê, 34 anos, ex-Palmeiras, Santos, PSG, entre tantos, é um show à parte, e bem que Jorginho, chapa de Dunga, poderia convencer o amigo de que ele ainda merece um lugar na Seleção Brasileira.
O Vasco voltou para o segundo tempo a fim de defender sua invencibilidade de 31 jogos e de manter o aproveitamento de 100% no campeonato.
Aos 19 minutos, o capitão vascaíno Rodrigo foi escandalosamente puxado por Velicka na área do Oeste e o assoprador de apito fingiu não ver porque, nisso, não há diferença para a Primeira Divisão.
O jogo já não era tão bom, mas seguia disputadíssimo.
Os paulistas tinham mais a bola, em 60% do tempo, mas foi o Vasco que viu William chutar para Rafael Rocha defender na linha fatal, de cabeça.
Ah, aquele pênalti…
O Vasco chegava a 32 jogos sem perder, com nove empates e livrava um ponto de vantagem sobre o vice-líder Atlético Goianiense, que também perdia a campanha 100% e o jogo, para o Luverdense, por 3 a 2.
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