Puuuuto!!! Biiiicha!!! Basta!!!
Torcedores brasileiros importaram o mau hábito dos mexicanos quando os goleiros adversários batem o tiro de meta.
Ecoam nos estádios nacionais os coros de bicha como nos palcos mexicanos os de puto.
Talvez seja apenas politicamente correto repudiar tais atitudes.
Talvez seja apenas um apelo à boa educação.
Talvez não haja nada de homofóbico no modismo.
Talvez haja.
Alguém dirá que chamar os goleiros de bichas é coisa que acontece desde que Raul Plasman, no Cruzeiro, vestiu uma camisa amarela ao estrear no time mineiro, em 1965.
Então, o padrão era os goleiros vestirem preto e, naquele dia, não havia uma camisa preta que servisse em Raul, que pegou emprestada uma amarela de seu tamanho.
Como foi bem, por superstição e marketing, adotou-a e passou a ser chamado pelos rivais de Vanderléia, a cantora loira da Jovem Guarda, parceira do rei Roberto Carlos.
Ótimo arqueiro e inteligente, Raul surfou nas manifestações.
Xingar os adversários em estádios de futebol é visto como coisa natural, para desafogar tensões e pressioná-los.
Certamente chamar goleiros de bichas não os pressionam.
Seria bacana se os capitães dos times brasileiros pedissem aos seus torcedores que parassem com isso em respeito aos companheiros de profissão.
Mas talvez seja bobagem do blogueiro.
Ou não.
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