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Blog do Juca Kfouri

Ricardo Oliveira destrói o Cruzeiro

Juca Kfouri

30/08/2015 20h26

Mineirão vazio e, é claro, o Cruzeiro sem Tostão e o Santos sem Pelé, reminiscências típicas de quem já viveu um futebol brasileiro de qualidade superior.

Também o time mineiro sem Leandro Damião e o paulista sem Geuvânio e sem Gabriel.

A Raposa em franca decadência e o Peixe em obstinada ascensão.

O bicampeão brasileiro, namorando a ZR e o campeão paulista em busca do G4.

  
O Cruzeiro dominava o primeiro tempo até que, no fim, Ricardo Oliveira mandou um tijolaço de fora da área e Fábio não conseguiu defender:  1 a 0.

Décimo-segundo gol do artilheiro do Brasileirão, um centroavante que a Seleção Brasileira esnoba, resta saber até quando, quem sabe se só até as eliminatórias, quando a vida apertar para a Casa Bandida do Futebol.

Para sorte do Cruzeiro, outro centroavante raro, Walter, do Furacão, tinha feito 1 a 0 contra o Goiás, o que evitava a entrada mineira na ZR.

Vanderlei Luxemburgo, de óculos com armação azul e camisa com listras da mesma cor, tirou seus dois Vinicius, o Araújo e o Marcos, para as entradas de Allano e Gabriel Xavier. 

Porque sua situação de azul não tinha nada.

Aos 10, Dorival Júnior também mexeu, ao trocar o inútil Neto Berola por Leandro.

Com Lucas Lima comendo a bola mais uma vez, o Santos se aproximava do segundo gol e não corria riscos.

Até que Alisson, aos 13, fez o goleiro Vanderlei trabalhar e Allano perdeu o rebote.

Arrascaeta foi para o jogo no lugar de Henrique para tentar evitar a primeira vitória santista fora de casa e a torcida pedia raça porque parece claro que o time não joga por seu treinador.

Na verdade, o Cruzeiro tinha que agradecer as ausências de Geuvânio e Gabriel tantas eram chances em contra-ataques que o Santos desperdiçava.

E agradecer também a Walter que, de pênalti, ampliava para 2 a 0 a vantagem do Furacão sobre o Goiás, na Arena da Baixada.

O rubro-negro paranaense deixava o Fluminense para trás e ficava a apenas um ponto do São Paulo e do Palmeiras, no G4.

Com apenas 22 pontos, o Cruzeiro só não entra na ZR porque tem uma vitória a mais que Goiás e Coritiba.

Aos 39, Fabrício, que acabara de levar um cartão amarelo, foi expulso de campo por falta violenta.

Assim mesmo, a pequena torcida cruzeirense presente ao Mineirão (8.271 torcedores) não parava de incentivar o time, transformada em 11º jogador.

Mas não adiantou. E a torcida acabou o jogo se despedindo de Luxa…

Pela quarta vez o Cruzeiro perdia em casa enquanto Evandro marcava o terceiro gol do Atlético Paranaense: 3 a 0 em Curitiba.

  

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/