Ainda o "Holacausto" numa torcida do Once Caldas
Um sério amigo colombiano, Manoel Forero, consultou um companheiro dele em Bogotá, dono da maior editora de livros jurídicos da América Latina, a Editorial Temis, sobre a faixa de uma torcida uniformizada do Once Caldas, com alusão ao Holocausto, exposta no jogo da quarta-feira passada, contra o Corinthians, pela Copa Libertadores.
Eis o que escreveu Erwin Guerrero Pinzon:
"Ontem ouvi no rádio algo relacionado ao assunto que mencionas.
Num país como o nosso, não se esqueça que somos todos macondianos, tudo pode ser. (Nota do blog: alusão a Macondo, a cidade fantástica, irreal, criada pelo imortal Gabriel García Marquez, em sua obra genial, "Cem anos de solidão")
A faixa existe não é de agora, diria que há mais de 10 anos, mas até agora ninguém havia reparado nas implicações que tal escrito tem ou deveria ter.
Se eu não estiver enganado, há uma torcida do América com o mesmo nome e algumas do Milionários e do Santa Fé se identificam com suásticas e até com o rosto do narcotraficante Rodríguez Gacha.
Isso, para as autoridades, as do futebol e as outras, é manifestação "normal", faz parte deste circo e não deve ser proibida porque seria ir contra a "liberdade de expressão".
Agora que cacarejam "pós-conflito" a toda hora, deveriam começar por proibir tais manifestações ligadas à ilegalidade, à corrupção e sintomáticas de uma sociedade enferma até a medula.
Que façam um exercício jornalístico sério (será pedir muito na Colômbia) e que os telejornais façam uma compilação de todas as torcidas uniformizadas em todos os estádios para que tenhamos consciência de que a que ponto chegamos".
Sobre o Autor
Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/